Redação Pragmatismo
Mídia desonesta 22/Jul/2024 às 08:21 COMENTÁRIOS
Mídia desonesta

Jornalista demitida foi abandonada pelos colegas serviçais do mercado financeiro

Publicado em 22 Jul, 2024 às 08h21
Jornalista demitida abandonada colegas serviçais mercado financeiro
Repórter Renata Varandas foi demitida da Record após vazar entrevista com Lula

Moisés Mendes*, em seu Blog

A Record demitiu a repórter Renata Varandas, que trabalhava para o mercado financeiro. Renata foi descarada demais ao recortar trecho de entrevista que fez com Lula e antecipar o conteúdo para os abutres da Faria Lima.

A jornalista deveria fazer o que seus colegas amigos ou serviçais do mercado fazem há muito tempo, na grande mídia, e ser mais discreta. Deveria ficar na moita.

Tem gente trabalhando para o mercado financeiro, como porta-voz de bancos, financeiras e milicianos do rentismo, e não dá nada. Nunca deu.

Mas são péssimos colegas. Nenhum dos jornalistas que tentam sabotar o governo saiu em socorro da repórter que vendia informações privilegiadas.

Há divisão até nas facções do jornalismo que trabalhou pelo golpe de 2016 contra Dilma, pelo lavajatismo e pelo encarceramento de Lula.

Renata Varandas sabe quem são eles. Nós sabemos. A extrema direita tem um time de peso na grande mídia.

Eles não trabalham só para o mercado financeiro. Trabalham muito para o bolsonarismo, sob o disfarce de que são liberais. São piores do que a repórter demitida.

Eles são comentaristas, não são repórteres. Se as corporações de mídia decidissem mandá-los embora, não sobraria nem aquele da Academia Brasileira de Letras.

Mas essa turma presta bons serviços aos patrões que gostam de jogar e acenar para a extrema direita. De vez em quando, como aconteceu com Wlliam Waack e suas falas racistas, alguém tem que ir para o sacrifício.

Risinhos

A Globo cobriu a convenção do fascista Donald Trump como uma festa da democracia. É a festa da extrema direita que odeia e conspira contra a democracia.

Só faltou os repórteres carregarem bandeirinha e usarem esparadrapo na orelha.

Já a cobertura da eleição na Venezuela apresenta Maduro como um ditador, como sempre fizeram.

Mas poderiam ser menos eufóricos no engajamento à alucinação do fascismo republicano.

Nunca se viu tantos repórteres sorrindo tanto na cobertura de um evento político.

7 A 1

Está provado, pela propagação de memes que carimbam Haddad de Taxadão e Taxad, que a extrema direita dá um baile nas esquerdas nessa área do escracho político virtual.

Enquanto eles festejam nas redes o sucesso do deboche com Haddad, as esquerdas continuam espalhando a caricatura de Trump com a orelha do Van Gogh e se achando engraçadas.

As esquerdas fazem um humor político antigo e inofensivo, com as sacadas e os recursos do século 20. Se não admitirem, só fica pior.

*Moisés Mendes é jornalista em Porto Alegre. É autor do livro de crônicas Todos querem ser Mujica (Editora Diadorim).

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