Categories: Notícias

Porsche virou arma de rico no Brasil: condutor que matou motociclista tem identidade revelada

Share

Polícia demorou a divulgar nome do motorista de Porsche que assassinou motociclista de maneira bárbara. O condutor é Igor Ferreira Sauceda, empresário e sócio de um bar no Itaim Bibi. Esse é o terceiro caso apenas este ano que um Porsche é usado como arma de rico no Brasil. Se não houvesse câmeras de segurança, talvez os três motoristas passariam incólumes. Mas a viralização das cenas e a indignação gerada permite que, talvez, a Justiça seja feita independente de quanto dinheiro eles têm no banco ou na garagem

Leonardo Sakamoto, em seu blog

Igor Ferreira Sauceda matou Pedro Kaique Ventura Figueiredo ao atropelar com seu Porsche em alta velocidade o motociclista na avenida Interlagos, zona sul de São Paulo, na madrugada desta segunda (29). Um vídeo que circula nas redes mostra Igor perseguido Pedro, o que teria acontecido após uma discussão de trânsito.

Com isso, o Porsche pode acabar entrando nas estatísticas de violência como instrumento de morte ao lado de pistolas, revólveres, fuzis e facas. Mas um instrumento reservado aos muito ricos, uma vez que ele costuma passar de R$ 1 milhão.

”Você matou o cara da moto por causa do retrovisor do seu carro”, disseram pessoas ao condutor – que nega e diz que o motociclista é que o fechou. O caso vai ser investigado como homicídio culposo e lesão corporal.

Segundo a polícia, Sauceda não fugiu do local e o teste do bafômetro deu negativo. Em outras duas mortes envolvendo donos de Porsche, a história foi diferente.

Em 31 de março, o motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, de 52 anos, foi morto na zona leste da capital paulista quando seu Renault Sandero foi destruído pelo Porsche 911 Carrera de R$ 1,3 milhão de Fernando Sastre de Andrade, de 24 anos.

Dois policiais que atenderam à ocorrência permitiram que sua mamãe o levasse embora sob a justificativa de ir ao hospital. Só depois, PMs foram atrás dele para fazer o teste do bafômetro e foram informados de que ele nunca deu entrada no local informado. Tampouco atendeu aos telefonemas, muito menos respondeu à campainha de casa.

Ele se apresentou à polícia mais de 38 horas depois, quando o exame do bafômetro não seria mais eficaz. O delegado do caso o indiciou por homicídio doloso, com intenção de matar, e pediu sua prisão, mas a Justiça a negou três pedidos. Até que, após a repercussão negativa do caso, o Tribunal de Justiça de São Paulo decretou a prisão preventiva, em 3 de maio, apontando risco de reiteração de conduta. Ele se encontra na penitenciária de Tremembé.

Fernando Sastre de Andrade estava a 156 km/h em uma via com limite de 50 km/h.

Outro que fugiu do local do crime sem prestar socorro foi Arthur Torres Rodrigues Navarro que matou o entregador de aplicativo Hudson de Oliveira Ferreira ao atingi-lo com o seu Porsche Cayenne de R$ 1,2 milhão, em alta velocidade, e fugir sem prestar socorro, em Campo Grande (MS). Ele estava a 89,4 km/h em uma via cujo limite é 40 km/h.

O crime ocorreu em 22 de março. A Polícia Civil afirma que o inquérito será finalizado apenas no mês que vem. Hudson agonizou no hospital por dois dias. Na certidão de óbito ao qual a coluna teve acesso, as causas da morte foram politraumatismo por ação contundente devido à colisão automobilística e embolia pulmonar.

Em Campo Grande, Navarro disse em depoimento à polícia que não percebeu a colisão, que foi registrada por câmeras de segurança. Foi indiciado por homicídio culposo e evasão do local sem prestar socorro à vítima, mas ficou livre durante o inquérito. Seu carro é que foi apreendido.

Se não houvesse câmeras de segurança, talvez os três motoristas passariam incólumes. Mas a viralização das cenas e a indignação gerada permite que, talvez, a Justiça seja feita independente de quanto dinheiro eles têm no banco ou na garagem.