Guilherme Boulos rompeu o contrato com a produtora de eventos responsável pelo comício em que o Hino Nacional foi cantado em linguagem neutra. Em entrevista, o candidato do PSOL afirmou que, se eleito, a linguagem neutra não será implementada nas escolas: "Não será. Não percebi na hora [do momento do hino], não foi orientação da nossa campanha cantar o hino em linguagem neutra. Por isso nós tomamos a decisão de retirar o vídeo do ar, foi responsabilidade da empresa produtora"
O candidato do PSOL à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos, rompeu o contrato com a produtora de eventos responsável pelo comício em que o Hino Nacional foi cantado em linguagem neutra.
A Zion Produções foi contratada para fazer eventos da campanha e, em 23 de agosto, recebeu R$ 450 mil. A campanha do psolista afirmou que a empresa não lhe prestará mais serviços, mas não soube dizer se alguma parte do valor será devolvido.
“Não foi, logicamente, uma decisão da minha campanha aquele absurdo que foi feito com o Hino Nacional. Aquilo foi uma produtora, que por sua vez contratou uma cantora que levou àquele episódio. A nossa campanha se posicionou de maneira clara, e a produtora não vai participar de outros eventos”, disse Boulos a jornalistas nesta quarta-feira (28).
No último sábado (24) em um comício no Campo Limpo, na zona sul paulistana, a cantora Yurungai trocou os versos do Hino Nacional “dos filhos deste solo” por “des filhes deste solo”.
A campanha de Boulos também divulgou nota dizendo não ter solicitado a alteração na letra. “A campanha em momento algum solicitou ou autorizou alteração na letra do Hino Nacional interpretado na abertura do comício. A produtora, organizadora do evento, foi responsável pela contratação de todos os profissionais que trabalharam para a realização da atividade, incluindo a seleção e o convite à intérprete que cantou o Hino Nacional.”
“Linguagem neutra não será implementada nas escolas”
Boulos negou a implementação de linguagem neutra na cidade caso seja eleito. Ele também não descartou a possibilidade de alianças com o centrão para governar a cidade.
“Não terá. Eu respeito quem utiliza, quem considera [a linguagem neutra], não acho que deve ser criminalizada, mas você tem que dialogar com a sensibilidade, com o conjunto da sociedade”, disse o psolista em entrevista à Central da GloboNews.