Os impactos da reputação nas campanhas eleitorais municipais
Uemerson Florêncio*
A reputação tem o extraordinário poder para erguer ou derrubar qualquer ser humano. Mesmo porque, ela é o resultado das posturas e atitudes adotadas nas suas relações interpessoais ao longo do tempo, podendo ser positiva ou negativa. Ela está diretamente ligada à sua história, aos fatos que compõem esta sua trajetória – pessoal, familiar, profissional, social, enfim, ela está associada a imagem percebida pelas pessoas em geral, independentemente de serem eleitores ou não. Dessa forma, serão necessárias algumas reflexões iniciais:
– Como você se enxerga hoje? É muito importante avaliar as crenças, princípios de vida por você defendido e vividos. E por falar nisso, quais são os valores defendidos em sua vida? Quais são os valores você verdadeiramente vive em suas rotinas? Você consegue realmente fazer uma lista? Agora me responda: Nesta lista, você se surpreende ou se decepciona? E se entregarmos um questionário a cada pessoa aleatoriamente de determinados ambientes nos quais você já teve convivência será que a sua lista de valores e qualidades será extensa ou curta?
– Quem é você quando ninguém lhe vê? Quando você não tem os olhares das pessoas sobre você quais são os seus comportamentos ou atitudes?
– Quem é você perante as pessoas? Quando você está perante a opinião pública você sente autossuficiente, imbatível? Ou ainda, perante eles, você faz o que você quer sem ligar para a opinião deles?
Nas campanhas eleitorais muitas máscaras se levantam para impressionar os eleitores, verdadeiros espectadores dos espetáculos previamente ensaiados. Mas, será que neste percurso, algumas máscaras, não caem? Sim, muitas. Principalmente, quando se acessam arquivos da vida de certos candidatos ou quando são flagrados em atos questionáveis ou delituosos. A reputação marca a vida de homens e mulheres em uma sociedade atenta e vigilante, afinal, se eleitos, serão os representantes oficiais da cidade, daí, espera-se que o caráter faça toda a diferença.
As vezes apenas, apenas, o simples se aliar a uma certa personalidade ou um grupo político partidário, já poderá ser o suficiente para desqualificar parte da sua história de vida e perder eleitores significativamente. Quando casos deste tipo você assistiu ou ouviu pelos veículos de comunicação?
A partir deste momento podemos ter uma crise de imagem instalada na campanha. Mas, o que é uma crise de imagem? É o que se escapa do esperado, previsível e planejado. É quando surge um conflito, uma divergência ou uma não conformidade quanto ao cumprimento de certos protocolos a serem executados ou esperado por um determinado grupo de pessoas, neste caso, os eleitores.
Podemos também dizer que uma crise numa campanha eleitoral municipal é algo crítico, uma vez que os candidatos tem as suas vidas muitos mais notadas e conhecidas do que os candidatos ao Governo do Estado e a presidência da República. Quase todos se conhecem, as vezes até de infância de acordo com o porte da cidade. Há cidades que muitos eleitores acompanharam a vida de muitos candidatos, daí, se for descoberto algum escândalo, pode gerar profundo constrangimento para toda a família, caso seja um grupo tradicional na região.
Assim, reforço que a crise de imagem pode ser vista também como o comprometimento de uma rota a ser seguida e que teve uma afetação negativa, contrária ao esperado. Algo que gera ruptura em diversos níveis, cuja solução não ocorre no mesmo tempo em que o fato crítico acontece ou ocorreu. Quem já ouviu a máxima de Tom Peters: “Você nunca terá uma segunda chance de causar uma primeira boa impressão”?
*Uemerson Florêncio (Brasileiro) é Empreendedor. Treinador, palestrante e correspondente internacional de opinião para 5 países de língua portuguesa na África (São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Moçambique, Guiné Bissau e Angola), 7 países de língua espanhola (Argentina, Paraguai, Colômbia, Chile, Uruguai, Peru e Espanha) e Estados Unidos, onde expõe sobre a análise da linguagem corporal, gestão da imagem, reputação e crises. Criador do método pentágono da comunicação. Gestor de conteúdo do site da empresa Conceito Treinamentos no Brasil.
→ SE VOCÊ CHEGOU ATÉ AQUI… Saiba que o Pragmatismo não tem investidores e não está entre os veículos que recebem publicidade estatal do governo. Fazer jornalismo custa caro. Com apenas R$ 1 REAL você nos ajuda a pagar nossos profissionais e a estrutura. Seu apoio é muito importante e fortalece a mídia independente. Doe através da chave-pix: [email protected]