Após ser ovacionado no Festival de Veneza, o mais tradicional do mundo, 'Ainda Estou Aqui' volta a brilhar no Festival de Toronto e críticos de cinema falam que possibilidade de Oscar é grande. Imprensa dos EUA colocou o filme como forte candidato à premiação, e não apenas na categoria de melhor filme internacional
via Filmeb
Ainda estou aqui, de Walter Salles, ganhou um importante “empurrão” na corrida pelo Oscar. O drama foi exibido nesta semana no Festival de Toronto, e foi tão bem recebido que a Hollywood Reporter o colocou como forte candidato à premiação americana, e não apenas na categoria de melhor filme internacional.
O longa brasileiro foi aplaudido por alguns minutos na mostra canadense — o que é muito significativo, já que, ao contrário de Cannes e Veneza (de onde saiu com o prêmio de melhor roteiro para Heitor Lorega e Murilo Hauser), Toronto não tem nenhuma tradição de medir a boa recepção de uma obra por meio do tempo que os espectadores a ovacionam. É um evento aberto ao público, sem as sessões de gala fechadas para convidados, ou seja, as reações costumam ser espontâneas.
“Com a possível exceção da animação The wild rider, nenhum filme que teve sua première norte-americana em Toronto foi tão calorosamente recebido quanto Ainda estou aqui, um retrato profundamente comovente de um família durante a ditadura militar”, escreveu Scott Feinberg, que também é especialista em premiações americanas.
Com isso, Feinberg acredita que Ainda estou aqui tornou-se um candidato ainda mais forte às categorias de melhor filme internacional, melhor atriz (Fernanda Torres) e melhor roteiro adaptado.
Variety: “Filme que mais me fez chorar”
Clayton Davis, editor da Variety, fez coro. “Ainda estou aqui foi o filme que mais me fez chorar este ano. Seria uma tragédia se Fernanda Torres ficasse de fora das premiações de melhor atriz”, escreveu o jornalista no X (antigo Twitter), antes de desejar que o Brasil “prospere nesta corrida de melhor filme internacional”.
Nos EUA, o longa de Walter Salles é distribuído pela Sony Pictures Classics, que tem histórico de fazer boas campanhas para o Oscar. O fato de Salles e Fernanda Montenegro (que interpreta Torres em sua versão mais velha) serem conhecidos mundo afora também ajuda na divulgação.
Longa estará na Mostra de SP
Ainda estou aqui ainda não tem data marcada para estrear no Brasil, mas, segundo as regras da Academia, precisa ganhar sessões por aqui até 30 de setembro para se tornar elegível — nem que sejam exibições pontuais para, depois, ter um lançamento mais amplo.
A Mostra de São Paulo (17 a 30 de outubro) anunciou nesta quarta-feira, 11, que o filme estará em sua programação.
Emilia Pérez vai abrir Festival do Rio
Caso o filme seja escolhido para representar o Brasil no Oscar — o que, a essa altura, é dado como certo —, enfrentará concorrentes de peso, em especial o francês Emilia Pérez, considerado por vários sites de apostas como o favorito.
Nesta terça-feira, 10, a Paris anunciou que vai lançar o filme — que em Cannes venceu o Prêmio do Júri e levou o troféu de melhor atriz (dividido entre Zoe Saldana, Selena Gomez, Karla Sofía Gascón e Adriana Paz) — em 6 de fevereiro no Brasil. Além disso, vai abrir o Festival do Rio em 3 de outubro, no Cine Odeon.
→ SE VOCÊ CHEGOU ATÉ AQUI… Saiba que o Pragmatismo não tem investidores e não está entre os veículos que recebem publicidade estatal do governo. Fazer jornalismo custa caro. Com apenas R$ 1 REAL você nos ajuda a pagar nossos profissionais e a estrutura. Seu apoio é muito importante e fortalece a mídia independente. Doe através da chave-pix: pragmatismopolitico@gmail.com