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Criptoativos: Qual o potencial dos “Fan Tokens” para os clubes brasileiros?

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Torcida do Flamengo no Maracanã (Imagem: Wikimedia Commons)

Nos últimos anos, os Fan Tokens surgiram como uma das inovações mais intrigantes no mundo dos criptoativos, conquistando rapidamente o mercado esportivo global. Essas moedas digitais, criadas com base na tecnologia blockchain, permitem que torcedores adquiram uma participação simbólica em seus clubes favoritos, oferecendo uma nova forma de interação e engajamento entre fãs e equipes.

Neste texto, nós explicaremos melhor como esses ativos virtuais funcionam e por que gigantes da bola como Flamengo, Corinthians, São Paulo e Santos estão apostando neles.

O que são os Fan Tokens?

Primeiro, é importante explicar que na indústria cripto, um token é um ativo digital que opera em uma blockchain, um grande banco de dados distribuído que surgiu com o Bitcoin (BTC) no final de 2008. Existem quatro tipos principais de tokens: payment tokens (de pagamento), non-fungible tokens (NFT, ou tokens não-fungíveis), security tokens (de valores mobiliários) e utility tokens (de utilidade).

Os Fan Tokens se enquadram na categoria de “utility tokens”, ou “tokens de utilidade”. Na prática, eles funcionam de maneira semelhante aos programas de sócio-torcedor: os compradores desses ativos digitais têm acesso a produtos e serviços exclusivos do clube, além de poder participar de votações.

A diferença é que os tokens são armazenados em blockchains. Dessa forma, os torcedores não precisam pagar uma mensalidade e podem vender o “passe” do clube a qualquer momento. Além disso, o valor do fan token pode aumentar ou diminuir com o tempo.

Os times podem lucrar com esses ativos?

Esses ativos digitais são inicialmente vendidos através de uma Oferta Inicial de Token (ITO). Esse evento é comparável a uma Oferta Pública Inicial (IPO) ou a uma Oferta Inicial de Moeda (ICO). É nessa oferta primária que os grupos esportivos conseguem obter lucro. Os clubes ganham dinheiro ao emitir um Fan Token e realizar a venda inicial no mercado, ficando com uma parte desse valor.

Outro aspecto é que os emissores dos tokens e os clubes recebem 0,25% de cada negociação feita entre os usuários. Portanto, quanto mais benefícios forem oferecidos, mais torcedores se interessarão pelo ativo digital, aumentando assim a receita do clube.

O mercado que começou em 2021, segue muito forte ainda hoje. Prova disso é que a própria CBF terá Tokens específicos do Campeonato Brasileiro de 2024. Quem adquirir, poderá ter acesso a vantagens exclusivas e experiência aprimorada.

Torcida assistindo o jogo no Mineirão (Imagem: Flickr)

Popularidade das criptomoedas entre torcedores de futebol pode aquecer o mercado

Os clubes brasileiros perceberam que há uma tendência positiva em relação a popularidade das criptomoedas entre torcedores de futebol. Na realidade, podemos ver nos números das vendas dos Fan Tokens, no caso do Flamengo, por exemplo, foram mais de 1 milhão de unidades vendidas em apenas 12 minutos após a primeira oferta de venda. Algo semelhante aconteceu com o Corinthians, que vendeu 850 mil unidades nas primeiras horas.

Mais recentemente, os Fan Tokens do Santos atingiram uma máxima histórica e atingiram mais de 100% de capitalização, dobrando o valor inicial dos ativos.

No entanto, não é só nesse segmento que é possível mensurar o engajamento dos torcedores de futebol com o mercado cripto. O ramo de esporte bet como visto em NetBet apostas esportivas também deixa isso evidente. Cada vez mais, plataformas que oferecem apostas esportivas utilizando as mais diversas criptomoedas, como Bitcoin, Ethereum, Litecoin, Dogecoin e muitas outras estão crescendo no gosto popular.

Esse amálgama entre os fãs de futebol e os ativos digitais pode ainda gerar frutos mais significativos no futuro. Com o aumento da popularidade, o Fan Token pode se tornar tanto uma ferramenta de engajamento dos torcedores, como uma fonte importante de receita para os clubes de futebol brasileiro. Os times precisam aproveitar essa oportunidade;

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