Atirador do RS era CAC e acumulou armas legalmente após governo Bolsonaro facilitar acesso
Edson Crippa era colecionador, caçador desportivo e caçador (CAC), sem antecedentes criminais, e tinha licença Sigma do Exército. “Todas as armas eram legalizadas”, informou o delegado do caso. Moradores da região disseram que que ele era uma pessoa extremamente reservada
Nara Lacerda, Brasil de Fato
O motorista de caminhão, acusado de matar três pessoas e ferir outras dez na cidade de Novo Hamburgo (RS) nesta quarta-feira (23), e que foi encontrado morto pela Brigada Militar (BI) dentro de casa, tinha diversas armas em casa e muita munição, segundo as forças de segurança do Rio Grande do Sul.
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Em coletiva de imprensa, o chefe da Polícia Civil do estado, Fernando Antônio Sodré de Oliveira, afirmou que o local do crime lembra uma cena de guerra. Edson Fernando Crippa, de 45 anos, tinha posse de quatro armas, duas pistolas, um rifle e uma espingarda.
Ele informou que os equipamentos eram legalizados e que o acusado era Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC). No entanto, Crippa era diagnosticado com esquizofrenia e já havia sido internado quatro vezes. As investigações vão apurar como ele conseguiu acesso legal aos armamentos mesmo com a doença mental. O motorista matou o próprio pai, o irmão e um policial militar (PM).
“Não temos informações de que ele fazia parte de algum clube de tiro. Mas tudo indica que ele entendia de armas e que ele sabia atirar, inclusive porque ele abateu dois drones. Quem acerta um drone com uma pistola não é uma pessoa que não tem noção sobre armas. A munição era parte normal e parte de recarga, que é algo de quem tem contato com clubes de tiro e atiradores em geral.”
A polícia foi chamada à residência da família na noite de terça-feira (22), por meio de uma denúncia de maus tratos. Segundo as informações ele mantinha os parentes reféns. Após a chegada das forças de segurança, o acusado ainda conversou com os agentes, mas abriu fogo de maneira repentina várias vezes.
Segundo as forças de segurança do estado, todas as tentativas de negociação foram respondidas a tiros. Não foram repassados detalhes sobre as condições do óbito, mas o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), publicou nas redes sociais que a corporação “agiu com firmeza, e o atirador foi morto, evitando consequências ainda maiores”.
A ocorrência durou a noite toda. A polícia foi acionada por Eugênio Crippa, de 74 anos, pai do suspeito e tentou negociar a rendição do acusado. O irmão dele, Everton Crippa, de 49 anos, e o PM Everton Kirsch Júnior, de 31, também morreram.
Entre as pessoas feridas está a mãe do suposto atirador, Cleris Crippa, de 70 anos, que está internada em estado grave. A cunhada dele, Priscilla Martins, de 41 anos, também foi atingida. Além disso, seis policiais e um guarda municipal foram alvos de tiros. Um deles levou três tiros e foi hospitalizado em condições críticas.
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