Com a exceção de quando é para justificar agressões, violências, atentados e crimes, as pessoas foram doutrinadas a achar que desequilíbrio psíquico é "frescura" ou invencionice de desocupados
Lucio Massafferri Salles*, Pragmatismo Político
Acordei pensando nisto: Com a exceção de quando é para justificar agressões, violências, atentados e crimes, as pessoas foram doutrinadas a achar que desequilíbrio psíquico é “frescura” ou invencionice de desocupados.
Não?
Experimenta comunicar ao seu chefe que você está sem condições mentais de ir ao trabalho, sentindo estafa, tristeza profunda, desânimo forte (exploração e depressão passeiam de mãos dadas em toda sociedade capitalista)…
Fez?
Agora, se projete mentalmente tentando colocar uma bomba e detonar ela numa padaria, num cinema ou aeroporto, ou então agredir a socos, mordidas e chutes colegas de trabalho; in loco (e isto não é uma sugestão. Estamos aqui apenas conjecturando, certo?).
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Feito! Pânico, horror e caos espalhados para todos os lados.
Dando então um salto na ideia:
Há preconceito fortíssimo contra a Ciência Psicologia, presta atenção nisso.
Leia aqui todos os artigos de Lucio Massafferri Salles
Da Biopolítica à Psicopolítica
Quem costuma atestar desarmonia/desequilíbrio psíquico em nossa cultura hipócrita normalmente são médicos, com o uso das prescrição de remédios e laudos. E haja transtorno (e remédio…) para déficit e transtornos de A, B, C, D, X, Y, Z….hoje em dia.
Não é por mero acaso que a medicina e o direito têm em comum o instrumento “remédio”; o farmacológico e o jurídico (desde a Antiguidade Grega).
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Ainda não há aquele verdadeiro interesse social, e nem tempo, dirão, para se construir profilaxia, formação de consciência e educação, tal como uma boa dieta de vida que sirva para toda a grande comunidade.
Para buscar entender com profundidade, sem pressa, as erupções de ressentimento e de ódio, assim como a sua veloz disseminação nessa era da grande Rede, ajuda pensar na internet como “a grande revolução tecnológica no campo da comunicação, desde a invenção da escrita”.
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Não há como desacelerar a profusão de notícias, mensagens, imagens e alertas, linguagem (!), que se espalha ininterruptamente por todos os dutos da Rede para chegar às mentes de milhões de destinos.
Concluindo com um problema adiado (e urgente), veremos os efeitos da proibição dos celulares nas escolas/salas de aula, nas mentes dos jovens.
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*Lucio Massafferri Salles é jornalista, psicólogo/psicanalista e professor da rede pública de ensino/RJ. Doutor e mestre em filosofia pela UFRJ, especialista em psicanálise pela USU, realizou o seu estágio de Pós-Doutorado em Filosofia Contemporânea na UERJ. É criador do canal Portal Fio do Tempo, no YouTube.
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