Redação Pragmatismo
Polícia Militar 21/Nov/2024 às 11:42 COMENTÁRIOS
Polícia Militar

Irmão de aluno de medicina assassinado à queima-roupa pela PM desabafa: "Nossa vida acabou!"

Publicado em 21 Nov, 2024 às 11h42

Marco Aurélio Cardenas Acosta era estudante de medicina da universidade Anhembi Morumbi e jogava futebol pela atlética da instituição. Jovem era de uma família de médicos e morreu após ser baleado à queima-roupa pela PM. Os policiais estavam com as câmeras corporais desligadas no momento do assassinato

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Marco Aurélio Cardenas Acosta, estudante de medicina morto pela Polícia Militar

Paulo Eduardo Dias e Manuela Ferraro, FolhaPress

Marco Aurélio Cardenas Acosta, morto aos 22 anos por um PM durante abordagem na Vila Mariana, zona sul de São Paulo, era de uma família de médicos, estava no 5º ano de medicina da Universidade Anhembi Morumbi e planejava se tornar pediatra.

Acosta se dava bem com crianças, também tinha um carreira como MC e gostava de jogar futebol, segundo descreve seu irmão mais velho, Frank Cardenas, 27, médico cirurgião. “Ele era uma boa pessoa, com um bom coração. Um filho amado e que ainda assim conseguia amar ainda mais seus pais.”

Além de Marcos e Frank, outro irmão também é médico, além do pai e da mãe deles. “Era para sermos 5 médicos.”

“Nossa vida acabou hoje, nossa alegria se foi com ele”, resume o irmão mais velho.

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“Mas, se eu pudesse dizer a principal característica, é que ele era muito carinhoso, um excelente filho. Era o único que ligava todos os dias para minha mãe no plantão. E era meu melhor amigo, a pessoa que eu mais amava nesse mundo.”

Marcos foi morto com um tiro dentro de um hotel. Conforme registro policial, uma equipe da PM fazia patrulhamento na região da rua Cubatão, quando, por volta das 2h, foi acionada para atender uma ocorrência envolvendo o estudante.

No local, ainda conforme versão oficial, o rapaz parecia agressivo e desferiu um tapa no retrovisor da viatura quando os policiais tentaram abordá-lo. Na sequência, o estudante saiu correndo e entrou em um hotel próximo.

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Os policiais teriam seguido Acosta até o hotel, onde entraram em confronto. A vítima derrubou um dos PMs, momento em que o parceiro efetuou um disparo, que atingiu a vítima no abdômen.

Irmão aluno medicina assassinado queima-roupa PM desabafa Nossa vida acabou
Estudante de Medicina é morto com tiro à queima-roupa pela PM de SP

“Dois homens de 1,80 metro não conseguiram conter meu irmão de 1,60 metro? Ele nunca lutou. Não tinham alternativas?”, questiona o irmão do jovem.

O estudante foi levado ao Hospital Ipiranga, mas teve duas paradas cardiorrespiratórias antes de ser submetido a uma cirurgia. Ele morreu por volta das 6h40.

Policiais informaram que a vítima não tinha passagem criminal.

Atuação da Polícia Militar de São Paulo

A ação dos agentes deve ser analisada pela Comissão de Mitigação, que vai verificar todos os aspectos da ocorrência e apontar as eventuais falhas. O caso poderá ser usado para reorientação da tropa e, dependendo, a comissão pode sugerir o afastamento dos policiais por mais tempo.

Em nota, a Secretaria da Segurança informou que tanto a PM quanto a Polícia Civil investigam a circunstância da morte do rapaz. “Os policiais envolvidos na ocorrência prestaram depoimento, foram indiciados em inquérito e permanecerão afastados das atividades operacionais até a conclusão das apurações”, diz nota.

A arma do policial responsável pelo disparo foi apreendida e encaminhada à perícia. “As imagens registradas pelas câmeras corporais serão anexadas aos inquéritos conduzidos pela Corregedoria da Polícia Militar e pelo DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa)”, finaliza a nota.

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