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Jovem morta ao saltar de pêndulo no Paraná foi empurrada por instrutor, diz testemunha

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"Ela estava com muito medo. Ele empurrou ela". Imagens mostram que turista teria sido empurrada quando ainda estava acoplada a equipamento que deveria estar solto na hora do salto. "Um pesadelo que não tem como esquecer", diz mulher que testemunhou a morte da jovem

Corda de Jussara deveria ter sido solta antes do salto, mas ela foi ’empurrada’ antes

Uma turista de 25 anos morreu no último domingo (3) enquanto tentava realizar um salto de pêndulo no Parque Ecológico Lagoa Azul, em Campo Magro, na Região Metropolitana de Curitiba.

Jussara participava, sozinha, de uma excursão que saiu de Joinville, Santa Catarina. Durante a viagem, ela fez amizade com outras pessoas que participavam do passeio.

Segundo a Polícia Civil, que investiga o caso, antes de uma pessoa saltar em esportes como esse, ela deve ficar presa por uma corda de segurança, ligada à plataforma. Esta corda precisa ser solta na hora do salto, o que não aconteceu com a vítima. A polícia disse ainda que, como a corda de segurança é mais curta, ela puxou a vítima contra as pedras, causando o acidente.

Conforme Elisabete Fernandes, que conheceu Jussara no dia da tragédia, outra pessoa fez o salto antes de Jussara e tudo ocorria bem até então. “Nós subimos a trilha às 12h50 e chegando lá a Jussara e outra menina iam pular antes de todos porque elas iam fazer o rapel também. Na hora do acontecido, a gente estava filmando. Cada menina filmava o salto uma da outra. Tudo foi entregue para a polícia”, iniciou a testemunha.

“Uns três passos antes de ele [instrutor] dar instrução para a gente, essa guia [linha da vida] é retirada. No caso dela, ela estava com muito medo. É feita uma contagem regressiva para a pessoa pular. Foi feita a primeira contagem e ela desistiu. Ele conversou com ela e foi feita uma segunda contagem. Na segunda, ele [instrutor] empurrou ela. No que ele empurrou ela, a guia não tinha sido retirada. Ela já deveria ter sido retirada na primeira contagem. Ele empurrou a primeira menina da mesma forma que empurrou a Jussara”, descreveu Elisabete.

De acordo com a testemunha, a guia foi a responsável por fazer com que o corpo de Jussara fosse arremessado contra a pedreira. “Depois que ela bateu no paredão, vimos que ela tinha caído praticamente dobrada. “É um pesadelo que não tem como esquecer o desespero que foi”, acrescentou ela.

“Eles tiraram todos os equipamentos do local… A guia arrebentada, tudo. O instrutor veio gritando dizendo que não tinha mais o que ser feito e eu disse que eu não sairia de lá sem ver se ela estava bem. A polícia fez eles procurarem tudo que eles tinham tirado. O dono quis que fôssemos embora”.

O Parque Ecológico Lagoa Azul, onde a turista morreu, estava interditado antes e no dia em que houve o acidente, segundo a Prefeitura de Campo Magro. Segundo a administração municipal, o parque não possui licenças de funcionamento, incluindo as ambientais, além do alvará e da autorização do Corpo de Bombeiros.

Em nota, a empresa Ojheik Rolês, responsável pela atração em que a jovem morreu, disse que lamenta profundamente o acidente e que está prestando apoio e solidariedade à família da vítima. “Além disso, esclarece que a empresa e seus funcionários estão ao dispor das autoridades competentes para eventuais esclarecimentos sobre as circunstâncias do acidente”, diz trecho do comunicado.

Pessoas que estavam no local foram ouvidas pela polícia. O proprietário da Ojheik Rolês e dois funcionários compareceram à delegacia, mas ficaram em silêncio, segundo a polícia.