Duas pessoas sobreviveram ao pior desastre aéreo da Coreia do Sul; entenda o que já se sabe
Acidente com Boeing 737-800 deixou 179 mortos e dois sobreviventes. Entenda os eventos que levaram ao desastre aéreo mais mortal da história da Coreia do Sul
Um dos dois sobreviventes do acidente com o Boeing 737-800 da Jeju Air, que matou 179 pessoas após bater contra um muro no Aeroporto Internacional de Muan, na Coreia do Sul, afirmou que já tinha sido resgatado quando acordou.
O sobrevivente tem 33 anos e é comissário de bordo. Ele foi encaminhado para um hospital na cidade de Mokpo e depois transferido para o Hospital Universitário Ewha, de Seul.
Em entrevista coletiva, o diretor da instituição, Ju Woong, revelou os relatos do sobrevivente, segundo informações da agência de notícias local Yonhap. “Ele está totalmente capaz de se comunicar”, disse Woong. “Ainda não há indícios de perda de memória ou algo assim”, completou.
O sobrevivente encontra-se na UTI e recebe cuidados especiais devido à possibilidade de efeitos colaterais, inclusive a paralisia total. Ele apresenta múltiplas fraturas.
Outro sobrevivente também é comissário, de 25 anos. Ele é tratado no Asan Medical Center, no leste de Seul, e apresenta condição estável, com lesões no tornozelo e na cabeça.
MAIOR ACIDENTE AÉREO DA COREIA DO SUL
Este é o acidente aéreo com o maior número de vítimas ocorrido na Coreia do Sul. Antes do desastre da Jeju Air, o acidente com maior perda de vidas havia sido o da Asiana Airlines Haenam, em 1993, que matou 66 pessoas.
Dos que estavam a bordo, 82 eram homens e 93 eram mulheres, com idades variando de três a 78 anos. O avião estava retornando de Bangkok, na Tailândia.
O acidente ocorreu às 9h03 deste domingo, pelo horário local, no aeroporto da cidade de Muan (21h03 de sábado, no Brasil). Segundo as autoridades, o avião saiu da pista logo após o pouso e bateu contra uma barreira de concreto nas proximidades do terminal.
Imagens exibidas por emissoras locais mostram o avião deslizando pela pista com o trem de pouso aparentemente recolhido antes de colidir contra o muro.
Pousar “de barriga”, com o trem de pouso recolhido, é um procedimento de emergência, mas que ocorre eventualmente na aviação comercial. Não é comum que esse tipo de evento resulte em mortes.
De acordo com a imprensa local, uma falha no trem de pouso da aeronave é a principal hipótese para o acidente, provavelmente causada por uma colisão com um bando de pássaros.
Antes de tentar pousar, os pilotos do avião foram alertados pela torre de controle sobre as aves, disse um funcionário do Ministério dos Transportes sul-coreano à agência Reuters.
A Reuters informou ainda que um passageiro chegou a enviar uma mensagem para um parente relatando que um pássaro estava preso na asa. A mensagem final dizia: “Devo dizer minhas últimas palavras?”.
Segundo a agência de notícias da Coreia do Sul Yonhap, testemunhas relataram ter visto o motor da aeronave pegando fogo e ouviram várias explosões antes do pouso. Também chamou a atenção dos analistas, segundo a Yonhap, o fato de a aeronave ainda estar em alta velocidade no trecho final da pista.
Além disso, segundo os investigadores ouvidos, o piloto do Boeing havia feito outra tentativa de pouso em Muan, mas, sem sucesso, arremeteu. O incidente ocorreu na segunda tentativa, portanto.