Jair Bolsonaro

O encontro de Bolsonaro com Valdemar, na missa

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Valdemar Costa Neto e Michelle Bolsonaro no velório de Leila Caran Costa (Imagem: Larissa Rodrigues | g1)

Moisés Mendes*, em seu Blog

Jair Bolsonaro nunca deve ter visto a mãe de Valdemar Costa Neto viva. Tentou vê-la morta, no caixão, na segunda-feira, mas não chegaria a tempo, e agora irá à missa de sétimo dia da finada.

Imaginem qual deve ter sido o vínculo de Bolsonaro com essa senhora. Mas ele vai à missa na próxima segunda, na Catedral de Mogi das Cruzes, em São Paulo, pela amizade com o dono do PL.

O ministro Alexandre de Moraes autorizou que Bolsonaro e Valdemar, que não podem se encontrar, apenas troquem olhares. Mas sem conversar.

O ministro proibiu o encontro dos dois e de todos os investigados pelo golpe e pelos outros crimes da extrema direita.

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Agora, vamos imaginar que Bolsonaro e Valdemar, que precisam acertar alguns detalhes da situação dos dois nos rolos que armaram, não irão se ver em algum canto da igreja, no pátio, no banheiro, na
cozinha.

Essa é a grande pauta do início da próxima semana. O repórter que seguir um dos dois irá, claro, flagrar um encontro das figuras.

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Mas a pergunta que se repete é essa: o jornalismo da grande imprensa, com gente e recursos para esse tipo de cobertura, faria hoje o que fez durante muitos anos no século 20?

Não é saudosismo, é a realidade. Quem conseguir mostrar que ambos se encontraram numa missa, terá uma foto, um vídeo ou um texto de cena de filmes de máfia.

Se não se encontrarem de perto, mas ficarem meio longe na missa, ganha o prêmio do ano quem tiver uma imagem de Bolsonaro e Valdemar se espiando pelo canto do olho. Na porta, um cachorro sentado olhando de longe para o padre.

*Moisés Mendes é jornalista em Porto Alegre. É autor do livro de crônicas Todos querem ser Mujica (Editora Diadorim).

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