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O golpista do momento é o lavajatista da Coreia democrata e capitalista? É isso mesmo?

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Pronunciamento do presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol no qual decreta lei marcial (Imagem: Anthony Wallace | AFP)

Moisés Mendes*, em seu Blog

O mundo está muito confuso. A Coreia do Sul é a capitalista, protegida pelos americanos e pelo mundo ocidental por ter instituições funcionando e respeito às liberdades?

A outra Coreia, a do gordinho Kim Jong-um, a Coreia do Norte, é a comunista, sem liberdades e sob ditadura e violência?

Mas foi na Coreia do Sul que aconteceu agora uma tentativa de golpe do próprio presidente, Yoon Suk Yeol (um ex-Sergio Moro deles), para se perpetuar no poder? É assim mesmo?

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E o país exemplo de respeito e de confiança para o mundo, que apoia a Coreia do Sul do presidente lavajatista de forma incondicional, continua sendo os Estados Unidos? Lá onde o presidente anistiou o próprio filho criminoso? Um presidente democrata.

E se tivesse sido na Venezuela? E se fosse na Venezuela, e não na Argentina, que um terço dos principais assessores do presidente ocupasse cargos em empresas privadas, em conselhos e em assessoramentos?

De 185 altos assessores da chamada administração centralizada da Casa Rosada, 55 têm participações em 171 empresas, segundo levantamento do jornal Página 12.

O fascista antissistema usa assessores infiltrados no governo, para que empresas controlem o sistema. Como sempre fizeram nos governos de direita. Eles são o sistema.

Pode? Se fosse na Bolívia ou na Colômbia não poderia. Mas na Argentina pode. Na Argentina, o presidente decidiu tornar secretas todas as informações sobre as empresas para as quais trabalhou, algumas nos subterrâneos.

Na Argentina, na Coreia e nos Estados Unidos pode valer o que não vale nos países considerados inimigos dos chefões do capitalismo, que vão conviver de novo com o golpista Trump no poder.

*Moisés Mendes é jornalista em Porto Alegre. É autor do livro de crônicas Todos querem ser Mujica (Editora Diadorim).

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