Filho de professor universitário, aluno acima da média e Mestre em Ciência da Computação em instituição de ensino renomada, Luigi Mangione é o principal tema de memes, controvérsias e debates acalorados nas redes sociais nas últimas horas. Jovem chegou a divulgar Raio-X de cirurgia e fez críticas às grandes empresas: "Não ligam pra você"
Luigi Nicholas Mangione, de 26 anos, foi preso por matar Brian Thompson, CEO da UnitedHealthcare — plano de saúde mais rico dos EUA. Ele foi encontrado em uma lanchonete McDonald’s na cidade de Altoona, Pensilvânia, a 375 quilômetros de onde o crime foi cometido.
Aluno de destaque e orador da turma. Mangione se formou com honras em 2016 do Gilman College, colégio privado apenas para rapazes em Baltimore, no seu estado natal de Maryland. Em sua formatura, deu um discurso agradecendo a seus pais pelo investimento financeiro,”longe de ser pequeno”, e apontou que sua turma “apresentava novas ideias e desafiava o mundo ao seu redor”.
A família Mangione é dona de diversos negócios em Baltimore, Maryland, onde o jovem foi criado. O pai de Nicholas é professor da universidade Temple, na Pensilvânia, estado onde o suspeito foi preso.
Mestre em Ciências da Computação por universidade de elite. Mangione obteve seu bacharelado e mestrado da Universidade da Pensilvânia, parte da Ivy League, associação prestigiosa que acomoda outras instituições como as universidades de Harvard, Yale, Princeton e Columbia.
A página do LinkedIn de Mangione aponta que seu bacharelado foi realizado com concentração em inteligência artificial e interesse secundário em matemática. Em seu Twitter, Mangione comentava sobre tecnologia, programação e IA.
Enquanto estudava, Mangione estagiou como pesquisador de robótica, programador de jogos e como assistente de professores na Universidade da Pensilvânia e na Universidade de Stanford. Desde 2020, era engenheiro de dados na TrueCar, plataforma online de venda de carros.
“Quando todas as formas de comunicação falham, violência é necessário para sobreviver”, escreveu. Em avaliação do livro “A Sociedade Industrial e Seu Futuro”, de Ted Kaczynski, Mangioni escreveu que o autor era um “indivíduo violento — preso corretamente — que feriu pessoas inocentes”, mas que suas previsões sobre a sociedade moderna eram “impossíveis de ignorar”. Ainda critica as grandes empresas que “não ligam para você, seus filhos ou seus netos”.
“NÃO É HERÓI”
O governador da Pensilvânia, Josh Shapiro, criticou Luigi Mangione. Shapiro afirmou que não é matando as pessoas que se resolve as diferenças, em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (9). “Na América, não matamos pessoas a sangue frio para resolver diferenças políticas ou expressar um ponto de vista”.
Além disso, ele rechaçou os elogios que Mangione recebeu por assassinar Thompson. “Ele não é um herói. O verdadeiro herói nesta história é a pessoa que ligou para a polícia no McDonald’s esta manhã”, acrescentou.
O Instituto de Pesquisa sobre Contágio em Rede aponta que publicações elogiosas ao assassino ou contrárias a Brian Thompson alcançaram dezenas de milhões de impressões. Das dez postagens sobre o caso com o maior número de interações, seis expressaram apoio explícito ou implícito ao assassinato, ou renegaram a vítima.
Usuários listaram CEOs de outras seguradoras. Uma das publicações mais visualizadas e curtidas comentava o caso com a pergunta: “Estamos começando agora então?”. Outro fazia uma pergunta ao assassino, questionando se “ele sabia que existem outros CEOs”. Um usuário chegou a fazer uma lista de “procurados” com os rostos e cargos dos diretores das principais seguradoras e empresas farmacêuticas dos Estados Unidos.
UnitedHealthcare é a seguradora de saúde que mais nega pedidos de pacientes. Um levantamento publicado pela Forbes e pelo Boston Globe mostra que a UnitedHealthcare nega 32% dos pedidos de seus pacientes. A média nacional dos Estados Unidos é de 16%.
Luigi exibia nas redes sociais a imagem de um raio-x da coluna, fixada por pinos. Luigi Mangione, de 26 anos, sofreu com dores nas costas e precisou passar por uma procedimento cirúrgico para tratá-la, de acordo com relatos de amigos e outras postagens nas redes sociais.
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