Mulher passa mal com Ozempic falso e fabricante explica como evitar droga adulterada
Como saber se Ozempic é falso? Mulher passou mal 15 minutos após aplicação e foi internada em estado grave. Por conta da febre em torno do medicamento, outros casos também estão sendo identificados
Rafaela Polo, VivaBem
Uma mulher deu entrada no hospital Copa D’Or no dia 17 de outubro com hipoglicemia grave —a suspeita é de que tenha usado uma caneta de Ozempic falsificada.
A paciente comprou o medicamento em uma farmácia e o vendedor teria tentado vender mais de uma caixa, alegando que o produto mudaria de empresa. A Polícia Civil do Rio de Janeiro passou a investigar o ocorrido. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Estado, o caso foi registrado na 13ª DP, de Ipanema, e “diligências estão em andamento para esclarecer todos os fatos”. Ela usa o medicamento com o acompanhamento de um endocrinologista e decidiu ir ao hospital ao se sentir mal 15 minutos após a aplicação.
O hospital disse que a paciente tinha “quadro clínico grave e de difícil identificação”. Ela foi atendida e o quadro, tratado e revertido. “Houve a suspeita de que a paciente poderia ter sido vítima dos efeitos de um remédio falsificado. O hospital, então, informou as autoridades responsáveis, para que seja feita a devida apuração”, disse o Copa D’Or. A paciente se recuperou e teve alta no dia seguinte.
Outros casos também foram identificados. Segundo a Novo Nordisk, farmacêutica fabricante do Ozempic, já houve casos de falsificação no Rio e em Brasília. O Ozempic é uma injeção tipo “caneta”, à base de semaglutida, que reduz o apetite —por isso, vem sendo usada para emagrecimento.
Canetas para aplicação de insulina podem ter sido vendidas como se fosse Ozempic. Segundo a Novo Nordisk, “há indícios de que canetas de insulina Fiasp® FlexTouch® foram readesivadas com rótulos de Ozempic, possivelmente retirados indevidamente de canetas originais”.
Como saber se é falso?
Há diferenças nas cores dos produtos. O fabricante do medicamento pede para que clientes prestem atenções às canetas. “A de Ozempic é de cor azul clara, com o botão de aplicação cinza. Já canetas de Fiasp são azuis escuras, com botão laranja”, diz.
A Novo Nordisk pede também que os pacientes fiquem atentos aos locais de compra. É preciso tomar cuidado, por exemplo, com sites e canais não licenciados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para a comercialização de medicamentos.
Embalagens alteradas, escritas em outros idiomas, com aparência diferente da registrada também são um sinal de alerta, segundo a fabricante.
É preciso ainda ter atenção ao preço— se são muito baixos, isso pode indicar falsificação. “O nosso é aprovado pelo governo e segue a tabela CMED, órgão federal que regulamenta o preço dos medicamentos no país”, diz. Para checar o preço oficial dos medicamentos, basta acessar a tabela no site do governo, disponível aqui. O preço do Ozempic está na faixa de R$ 1000 a R$ 1.300.
Ações de fiscalização da Anvisa anteriores ao caso recente do Rio já identificaram três lotes falsos:
1 – Lote MP5A064, com prazo de validade 10/2025 e embalagem secundária que indica concentração de 1,34 mg/mL, em idioma espanhol;
2 – Lote LP6F832, com data de validade 11/2025;
3 – Lote MP5C960, que apresenta em sua embalagem secundária a concentração de 1 mg, em idioma espanhol.
→ SE VOCÊ CHEGOU ATÉ AQUI… Saiba que o Pragmatismo não tem investidores e não está entre os veículos que recebem publicidade estatal do governo. Fazer jornalismo custa caro. Com apenas R$ 1 REAL você nos ajuda a pagar nossos profissionais e a estrutura. Seu apoio é muito importante e fortalece a mídia independente. Doe através da chave-pix: [email protected]