Professor do Departamento de Filosofia e Teoria Geral do Direito é tido como uma referência por alguns setores da esquerda brasileira. A USP informou que abriu um procedimento para apurar as denúncias contra Alysson Mascaro. Até agora, 10 estudantes afirmam ter sido vítimas do docente
via BDF
A Universidade de São Paulo (USP) instaurou, nesta quarta-feira (4), um procedimento para investigar as denúncias de assédio e abuso sexual feitas contra Alysson Mascaro, livre-docente na Faculdade de Direito da USP e professor associado do Departamento de Filosofia e Teoria Geral do Direito.
Um dia antes, o Intercept publicou uma reportagem com o relato de 10 estudantes da universidade que afirmam ter sido vítimas do professor. Logo depois, o Centro Acadêmico XI de Agosto, da Faculdade de Direito da USP, encaminhou um ofício à direção da faculdade pedindo a “instalação de procedimento de sindicância para apuração de eventuais irregularidades”. Somaram-se ao pedido a representação dos alunos da graduação e da pós-graduação da faculdade.
“Relatos apontam abuso de poder em promessas de apoio acadêmico, abordagens invasivas, incluindo beijos forçados e violência sexual. Essas condutas, caso comprovadas, além de passíveis de investigação criminal, se mostram incompatíveis com os deveres dos membros da universidade”, diz um trecho do ofício.
A faculdade confirmou ao Intercept que o procedimento para a investigação foi aberto e que será comandado pelo professor titular de Direito Internacional Privado e diretor da Fuvest, Gustavo Ferraz de Campos Mônaco.
De acordo com a reportagem, os 10 estudantes relataram os casos de assédio e abuso sexual teriam ocorrido entre 2006 e 2024 e incluem condutas inadequadas, beijos forçados e estupro.
Em nota, a defesa de Alysson Mascaro declara que as denúncias são feitas por perfis fakes “criados para propagar inverdades e criar intrigas entre Mascaro e pessoas do ambiente acadêmico, de modo a induzir que situações inverídicas sejam pronunciadas contra o professor”. Segundo a defesa, isso aconteceria desde agosto de 2023 “com o objetivo expresso de macular a honra de Alysson Mascaro”.
“As imputações são fundadas em supostos relatos obtidos por meios manifestamente ilícitos e espúrios, que já estão sob apuração policial”, declara o advogado Victor Ferreira.