Governo Lula perde debate e mudanças nas regras de monitoramento do PIX são consideradas desastrosas
Governo prepara campanha às pressas para negar taxação do Pix, mas estrago já foi feito. Mesmo sem criar taxas, como espalharam os detratores, a gestão federal subestimou o "pequeno sonegador" ao anunciar mudanças nas regras do Pix. Mais de 80% dos comentários monitorados nas redes sobre o tema são negativos. Com uma comunicação capenga, a previsão é de que o governo Lula amargue queda de popularidade nas próximas avaliações
O ministro Sidônio Palmeira encomendou às agências encarregadas da comunicação do governo uma campanha de esclarecimento sobre as novas regras de monitoramento da Receita de transações por Pix.
Na terça-feira (13), um dia antes da posse de Sidônio, a Secom solicitou às agências a apresentação de uma estratégia de comunicação digital para combate à desinformação sobre a falsa taxação do sistema de pagamento.
O briefing enviado foi sucinto: informar que não haverá taxação de operações via Pix. O prazo para entrega das peças foi de menos de 24 horas, encerrando-se ao meio-dia desta terça-feira (14), data da posse de Sidônio.
ESTRAGO JÁ ESTÁ FEITO
Petistas e aliados do governo Lula (PT) avaliaram que o Planalto desconsiderou a realidade brasileira —ou o famoso “jeitinho” — ao anunciar mudanças nas regras do Pix.
A Receita Federal ampliou o serviço de monitoramento das transações financeiras, sem criar taxas. Agora, a resolução coloca operadoras de cartões de crédito e plataformas de pagamento, como bancos digitais, com a obrigação de reportar informações financeiras de transferências acima de R$ 5.000 para pessoas físicas.
A ideia é que fica é do aumento da arrecadação com a diminuição da sonegação e tem causado alvoroço, mesmo que a Receita informe que o objetivo seja combater fraudes. A avaliação de aliados do governo é que, mesmo que estejam fora das regras, as pessoas contam com esse dinheiro —em uma renda muitas vezes apertada— para pagar as contas. Além disso, lembram a máxima de que quanto mais taxa, mais reclamação.
A medida também foi alvo de fake news. Após o anúncio, começaram a se proliferar nas redes sociais correntes que diziam, erroneamente, que as transações por Pix passariam a ser taxadas, em uma espécie de CPMF moderna, o que não vai acontecer.
Petistas argumentam que não houve avaliação do impacto político da medida. Embora ela siga a legislação e seja economicamente interessante para a arrecadação, apoiadores refletem sobre a irritação no “pequeno sonegador”.
Um vídeo publicado pelo deputado bolsonarista Nikolas Ferreira (PL) já acumula 120 milhões de visualizações apenas no Instagram, sem contabilizar as outras redes como TikTok, Facebook e Twitter.
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