Consumo excessivo de fast food dificulta gravidez, diz pesquisa
Mulheres que comem muito fast food têm mais dificuldades em engravidar, diz peestudo recém-publicado no periódico Human Reproduction. Pesquisa foi feita com 5.598 mulheres
Mulheres que comem fast food com regularidade e deixam de lado o consumo de frutas têm maior probabilidade de desenvolver dificuldades para engravidar, segundo um estudo recém-publicado no periódico Human Reproduction.
A conclusão é de que uma dieta nutritiva aumenta a capacidade reprodutiva.
Uma pesquisa com 5.598 mulheres identificou que as que se alimentam de fast food quatro ou mais vezes por semana tendiam a demorar quase um mês a mais para engravidar do que as que comiam raramente ou nunca.
É importante ressaltar, porém, que o estudo tem limitações: foi baseado na lembrança do que as mulheres entrevistadas (de Austrália, Nova Zelândia, Reino Unido e Irlanda) comeram antes de no mês anterior ao início de suas gestações dos primeiros filhos.
Parteiras visitaram as entrevistadas entre a 14ª e a 16ª semanas de gravidez e perguntaram a elas a frequência com que comiam frutas, vegetais verdes e peixe – e também hambúrgueres, pizzas, frangos e batatas fritas e outras refeições de lanchonetes fast food.
Os pesquisadores descobriram que as mulheres que haviam comido fruta menos do que uma a três vezes em um mês levava, em média, um mês adicional para engravidar do que as que tinham o hábito de ingerir frutas três ou mais vezes por dia.
Avaliando as chances de as mulheres não engravidarem no período de um ano, os pesquisadores identificaram que, na média geral, essa possibilidade era de 8% entre as entrevistadas. Mas essa porcentagem subia para 12% entre as mulheres que comiam poucas frutas e 16% das que consumiam fast food excessivamente (quatro ou mais vezes por semana).
“Os resultados mostram que uma dieta de qualidade, com muitas frutas e mínimo consumo de fast food, melhora a fertilidade e reduz o tempo de se engravidar”, afirmou Claire Roberts, líder do estudo e professora da Universidade de Adelaide, na Austrália.
Peixe e vegetais
Ao mesmo tempo, causou surpresa nos pesquisadores o fato de eles não encontrarem vínculos entre o tempo de engravidar e a ingestão de folhas verdes e peixe.
Só foram identificados, portanto, os efeitos “protetores” das frutas: “Frutas e vegetais contêm uma variedade de antioxidantes e fitoquímicos que podem beneficiar a fertilidade”, diz a pesquisa. “Como apenas questionamos (as entrevistadas) a respeito de folhas verdes, e não de outros tipos de vegetais, não capturamos o consumo total de vegetais, potencialmente limitando (nosso conhecimento sobre) o impacto que eles podem ter na fertilidade.”
É possível, também, que outros fatores externos tenham afetado os resultados da pesquisa. Mas os estudiosos afirmam que há amplas evidências de que a dieta da mulher afeta suas chances de ficar grávida.
“Em geral, o estudo sustenta algo que muitos profissionais da saúde já dizem de modo intuitivo: refeições saudáveis são benéficas para casais que estejam tentando ter filhos”, afirmou o médico Gino Percoraro, da Universidade de Queensland, não envolvido na pesquisa.
Para não interferir com os resultados, casais foram excluídos da pesquisa caso o homem estivesse sob tratamento por infertilidade.
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BBC