Foto de Moro com Parente em Nova York resume a tragédia dos combustíveis no Brasil
Entenda por que a foto do juiz Sergio Moro com o presidente da Petrobras, Pedro Parente, em Nova York, explica o caos sem precedentes no abastecimento no Brasil
As panelas estão silêncio, mas paneleiros renintes, com a cabeça feita pelos analistas da Globo, continuam tagarelando nas redes sociais, e tentam colocar a culpa do caos gerado na vida dos brasileiros aos governos de Dilma e Lula.
Incrível.
Michel Temer assumiu o governo com a mão grande e, imediatamente, implantou o plano de governo derrotado nas urnas.
O PSDB é condômino de um governo que não nasceu das urnas.
A promessa era que, com Dilma fora, os investimentos voltariam, o dólar cairia e o desemprego diminuiria.
Basta olhar os números para ver o que fizeram ao Brasil: com Dilma, a gasolina custava R$ 2,99, o gás de cozinha, R$ 50,00, e a taxa de desemprego estava em 4,8%.
A gasolina está agora a R$ 4,90 (mas no dia de hoje é mais fácil encontrar uma nota de 100 reais na rua do que o combustível no posto).
O gás de cozinha custa R$ 75,00.
O desemprego atinge 14% da população e o dólar está em R$ 3,95.
Os números não mentem, mas os mentirosos manipulam os números. Na Globo, os analistas continuam tentando, de alguma maneira, culpar Dilma pelo caos:
Ao comentar o locaute, Alexandre Garcia deu um jeito de enfiar o PT na história: nesta manhã, ele disse que a corrupção quase destruiu a Petrobras e agora o que a ameaça é a fraqueza do governo Temer.
Os ministros negociaram com a corda no pescoço e decidiram que o governo dará à Petrobras R$ 4,9 bilhões até o fim do ano.
É uma maneira de compensar a redução de 10% nos preços do diesel. “O contribuinte vai pagar a conta”, alertou o jornalista.
O que a velha imprensa não diz, os petroleiros estão dando um jeito de mostrar.
Em Minas, houve uma paralisação de oito horas, preparativa para uma greve maior, conforme explicou o coordenador do Sindipetro em Minas Gerais:
— Essa paralisação de hoje é o início de uma greve que está sendo construída nacionalmente, que pretende parar todas as refinarias do país e as plataformas, e aí é importante ter a população do nosso lado. A greve não é por benefício nem por salário. É para que o governo deixe os petroleiros trabalhar. As refinarias estão trabalhando com carga baixa a mando do governo, para que os importadores tragam combustíveis mais caros para o país.
Bingo!
É isso que está acontecendo: com o dólar mais alto, o preço do produto sobe de acordo com a variação da moeda.
Com a refinaria trabalhando com menor capacidade, os custos de refino da Petrobras diminuem, e o lucro aumenta.
Resultado: essa política é boa para que tem ações da empresa — os dividendos podem aumentar e as ações podem subir.
O que atrapalhou esse plano foi a paralisação, porque obrigou a Petrobras a reduzir o preço do diesel, ainda que temporariamente.
As ações caíram — mas logo voltam a subir, pode apostar.
Quem vai cobrir o prejuízo por esse modelo perverso de gestão do petróleo no Brasil é o pobre.
No final, ele é quem vai pagar a conta, porque o governo se comprometeu a subsidiar o preço do produto.
Para fazer isso, terá que mudar o orçamento.
Sairá dinheiro de uma área e irá para outra. E, em situações assim, quem perde é a saúde, a educação, a assistência social e, se conseguirem mudar a Constituição, a Previdência.
São os setores que não têm lobby no governo.
Quem defende uma política que inclua o pobre no orçamento é o PT e os partidos de esquerda. Entende agora por que seus líderes estão sendo presos?
É nesse ponto que assume relevância a figura do juiz Sergio Moro.
Pedro Parente continuaria com sua empresa de gestão de fortunas ou como executivo de alguma multinacional, como a importadora e exportadora Bunge, se Moro não tivesse fornecido o argumento para destruir a economia brasileira, com a farsa do maior escândalo de corrupção na história da Via Láctea encontrado na Petrobras.
A atuação dele direta nos negócios do governo terminou em 2003 (quando Lula assumiu), depois de gerir o Ministério das Minas e Energia, no período em que houve racionamento de energia.
Com a mudança de governo, Pedro Parente foi chamado para tomar conta da Petrobras, justo ele que era chamado de “ministro do apagão”.
Sem Moro, não existiria Parente na Petrobras. Sem a Petrobras sob gestão de Parente, certamente Moro não seria homenageado pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos como Personalidade do Ano.
É por razões como esta que a eleição de outubro se tornou a mais importante da história do Brasil.
Só o eleitor pode dar um basta nesta política que não atende aos interesses dos brasileiros.
Muitos paneleiros continuarão ligados no que diz a Globo, como robôs, mas ainda há uma parcela que pode se libertar.