Bolsonaro se diz contra intervenção militar e critica caminhoneiros
"A paralisação dos caminhoneiros precisa acabar. Não interessa a mim, ao Brasil". Bolsonaro critica manifestantes e se diz contra possibilidade de intervenção militar no Brasil
Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, Jair Bolsonaro afirmou que a paralisação dos caminhoneiros precisa acabar.
O presidenciável do PSL disse ainda que não tem ligação com as lideranças do movimento, especulação que surgiu devido à presença frequente de apoiadores de sua candidatura entre os manifestantes.
Confira os principais trechos da entrevista:
Como o sr. vê o movimento dos caminhoneiros?
Caso eu fosse presidente, isso não teria acontecido, pois há dois anos eu acompanho o movimento dos caminhoneiros. Estive com eles em Gramado, no Rio e em Brasília.
Nos últimos dias, o sr. foi o personagem político mais associado ao movimento. Como se deu isso?
Eu não participei da eclosão do movimento. O Temer resolve agora isentar o pedágio por eixo levantado por MP, isso é uma reivindicação antiga deles, que eu conhecia. Eu vejo críticas na mídia de que o Temer está passando por cima de um contrato, mas não é um ato jurídico perfeito. Se é uma cláusula leonina, ela pode ser questionada na Justiça.
O que faltou?
Faltou bom senso por parte do governo e por parte das empresas que exploram o governo. Há a questão do preço extorsivo do pedágio. A lombada eletrônica é outro problema. Deve ter mais de mil lombadas na BR-116, e isso vai para o frete, e acaba no preço do feijão que compramos no mercado.
Outro problema deles é a condição das estradas. E, em especial no Sudeste, roubo de carga. O prejuízo anual está na casa do R$ 1,5 bilhão, eu ouvi em reuniões em Brasília. E o governo não manda um representante nessas reuniões.
E como o sr. vê o pedido de intervenção militar?
Isso vem de um grupo pequeno. No desespero, cara, você pede qualquer coisa. Na minha opinião, dos meus amigos generais, se tiver de voltar um dia, que volte pelo voto. Aí chega com legitimidade, não dá essa bandeira para o PT dizer “Abaixo a ditadura” ou “Foi golpe”, porque aí foi golpe mesmo.
Não passa pela minha cabeça e eu não vi isso passar pela cabeça de nenhum general.
O que o pessoal tem saudade é dos valores, era uma época diferente. Hoje tem um desgaste de valores. Aí o [ex-governador paulista e presidenciável tucano Geraldo] Alckmin aceitou a questão de que qualquer pessoa que se sinta mulher vai para banheiro feminino [resolução de 2014 garante o uso de sanitários em escolas públicas baseado na declaração de gênero].
Que porra é essa, pô? Eu tenho uma filha, ela vai no banheiro e vai ter um cara balançando o peru lá dentro? Querem que eu aceite? A mulher que se sente homem não vai no banheiro dos homens. Duvido que uma mulher gay, bonita, vá no banheiro dos homens na rodoviária.