Bolsonaro se irrita com resultado do último Datafolha
Jair Bolsonaro não se conforma com o resultado da pesquisa Datafolha divulgada neste domingo. Presidenciável do PSL considera que as projeções de 2º turno são falaciosas e diz acreditar no levantamento de outro instituto
A pesquisa Datafolha divulgada neste domingo (10) irritou o deputado Jair Bolsonaro (PSL). Apesar de aparecer em segundo lugar na disputa, atrás apenas de Lula, o presidenciável considera que as projeções de segundo turno são mentirosas.
Segundo Bolsonaro, uma pesquisa realizada por outro instituto, no final de maio, sobre a corrida presidencial, mostrava sua vitória no segundo turno contra os demais concorrentes “por larga diferença”.
“Vem hoje o Datafolha, que todos nós conhecemos, e diz o contrário: estou bem para baixo e no segundo turno perderia de todo mundo. Datafolha, continuas pagando vexame e com toda a certeza recebendo algo de muito bom dos seus patrocinadores. Vamos levar essa!”, afirma.
Na realidade, o Datafolha revelou que Bolsonaro venceria Fernando Haddad caso ambos se enfrentassem no segundo turno (36% a 27%). No entanto, o presidenciável do PSL empataria com Geraldo Alckmin (33% a 33%), perderia para Ciro Gomes (36% a 34%) e também seria derrotado por Marina Silva (42% a 32%) e por Lula (49% a 31%).
Primeiro turno
Segundo o Datafolha, Bolsonaro aparece em segundo lugar, com 17%, atrás do ex-presidente Lula, que tem 30% e lidera a corrida em todos os cenários.
Num cenário sem a presença do ex-presidente, Bolsonaro continua à frente dos concorrentes, com 19%, seguido de Marina Silva (Rede), que oscila entre 14% e 15%, Ciro Gomes (PDT), que oscila entre 10 e 11%, Geraldo Alckmin (PSDB) com 7% e Alvaro Dias (Podemos) com 4%.
Na sequência viriam a deputada estadual Manuela D’Ávila (PCdoB) e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), que oscilam entre 1 e 2%.
Os pré-candidatos Aldo Rebelo (SD), Fernando Collor (PTC), Flávio Rocha (PRB), Guilherme Afif (PSD), Henrique Meirelles (MDB), João Amoêdo (Novo), João Goulart Filho (PPL), Josué Alencar (PR) e Levy Fidélix (PRTB) oscilam entre 0 e 1%, de acordo com os cenários. Paulo Rabello de Castro, do PSC, foi o único a não alcançar 1% em nenhum cenário.
Presidente mais rejeitado
O Datafolha revelou também que Michel Temer (MDB) superou o próprio recorde e é o presidente mais impopular da história. Nos resultados apresentados neste domingo (10), 82% dos entrevistados avaliam o governo Temer como ruim ou péssimo, 12 pontos a mais que na pesquisa anterior, divulgada em abril.
A reprovação atual de Temer supera em 11 pontos percentuais a pior avaliação de Dilma registrada pelo instituto, que chegou a 71% em agosto de 2015. A pior avaliação de Temer é registrada na região nordeste, onde 87% dos entrevistados avaliam sua gestão como ruim ou péssima. Nas regiões sul e sudeste do país, o índice é de 80%.
A pesquisa Datafolha contratada pela “Empresa Folha da Manhã S/A” ouviu 2.824 pessoas entre os dias 6 e 7 de junho de 2018. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, e o nível de confiança estimado é de 95%. O levantamento está registrado junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número BR-05110/2018.