Juiz e jornalista festejam presidente que ostentou bandeira de regime genocida
Juiz Marcelo Bretas (da Lava Jato do Rio) e colunista do jornal O Globo festejam presidente que ostentou bandeira de regime fascista genocida
Kiko Nogueira, DCM
O juiz Marcelo Bretas, da Lava Jato do Rio de Janeiro, replicou em sua conta no Twitter uma nota de Ancelmo Gois sobre a presidente da Croácia.
Segundo o oba-oba de Ancelmo, Kolinda Grabar-Kitarovi é “o grande nome da seleção” que chega à final da Copa.
“Kolinda, além de linda, como o nome diz, bate um bolão em simpatia, diplomacia e, por que não dizer?, até em cuidado com o dinheiro público nesses tempos de maus exemplos da classe política: está na Rússia, como se sabe [?!?], pagando sua viagem com dinheiro próprio”, diz o Ancelmo.
Mas que exemplo admirável. Precisamos desse tipo de gente se queremos um Brasil sério.
— Marcelo Bretas (@mcbretas) 12 de julho de 2018
Faltou contar que Kolinda é dirigente de um país em que o neonazismo e a xenofobia crescem assustadoramente e que ela não se incomoda muito com isso.
Nas quartas, o zagueiro Demogoj Vida e o assistente técnico Ognjen Vulkojevic apareceram em vídeos repetindo a expressão “Slava Ukraini”, que pode ser traduzida como “Glória à Ucrânia”.
Saiba mais: O neonazismo de alguns jogadores da Croácia e a final da Copa do Mundo
Trata-se de uma saudação utilizada na Segunda Guerra Mundial. Era o equivalente local ao “Heil Hitler”.
Kolinda foi fotografada numa recepção, feliz da vida, segurando com orgulho a bandeira do Ustashe, partido nacionalista croata que foi colocado no poder como um estado fantoche alemão entre 1941 e 1945.
A assessoria respondeu que não havia “nada de questionável” naquilo.
A imagem foi postada no Facebook por um croata que mora no Canadá. O regime ustashe perseguiu e matou milhares de sérvios, judeus, ciganos, comunistas. Havia campos de concentração.
O líder Ante Pavelić, um genocida, queria uma terra “etnicamente pura”. Fugiu no fim do conflito e recebeu asilo político da Espanha de Franco, onde morreu numa boa em 1959, aos 70 anos.
Não houve um mísero protesto de Kolinda aos espasmos extremistas dos atletas e de parte da torcida.
Mas o que vale é que ela, segundo o Ancelmo, pagou a conta para estar na Rússia, é ou não é? Além do mais, é linda.
O neonazismo? Pô, ninguém é perfeito.