Karina Garofalo, mais uma vítima de feminicídio no Brasil
Karina Garofalo, de 44 anos, foi morta na frente do próprio filho de 13 anos, no Rio de Janeiro. Câmeras registraram o momento do crime. Seu ex-marido teve a prisão decretada pela Justiça
Karina Garofalo, 44, foi executada nesta quarta-feira (15) em frente ao condomínio onde morava na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.
A mulher, que era corretora de imóveis, foi morta na frente do filho de 13 anos. O atirador estava encapuzado, mas foi reconhecido pelo menino. Trata-se de Paulo Maurício Barros Pereira.
Paulo é primo de Pedro Barros Pereira, ex-marido de Karina e pai da criança que testemunhou o assassinato da mãe.
De acordo com as investigações, o primo do ex-marido foi flagrado pelas câmeras de segurança de um shopping seguindo a mulher antes da execução (imagem).
Um vídeo gravado por câmeras de segurança mostra o momento em que um homem com o rosto coberto atravessa a rua e dispara contra Karina, que cai na calçada. O filho estava alguns passos à frente.
Prisão decretada
O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro decretou nesta quinta-feira (16) a prisão temporária de 30 dias de Pedro Barros, ex-marido de Karina. A polícia também procura o primo, Paulo Maurício.
Segundo a polícia, Karina e Pedro brigavam na Justiça por uma herança de mais de R$ 3 milhões. De acordo com o delegado André Barbosa, responsável pelo caso, o próprio filho do casal reconheceu o primo do pai e gritou no depoimento: “Papai mandou matar mamãe”.
Segundo o policial, o depoimento do menino foi “assustador”. Ele deu detalhes da ação e reconheceu imediatamente Paulo Maurício ao ser confrontado com a foto em que o suspeito aparece dentro do carro do crime.
“O menino joga muito vídeo game e soube descrever com detalhes a arma do crime. Ele sabia inclusive que se tratava de um silenciador que estava acoplado na pistola”, revelou o delegado.
Feminicídio
Segundo a investigação, Pedro estava ainda inconformado com a felicidade de Karina. A mulher estava há 4 meses morando com um novo companheiro e o ex-marido não aceitava o fim do casamento.
“Ela estava morando junto com o novo companheiro há cerca de 4 meses e a felicidade da mulher pode ter provocado ira no ex-marido. O crime guarda todos os qualificadores de um feminicídio. E as investigações apontam pelo menos para um homicídio triplamente qualificado. Por ser mulher, motivo torpe e sem possibilidade de defesa”, disse o delegado.
Além do filho mais novo da corretora, que identificou o assassino, a polícia já ouviu também o depoimento da filha mais velha dela e de Pedro. A jovem, de 19 anos, confirmou que a motocicleta que aparece nas imagens é do pai.