Soldado torturado em trote do Exército precisou remover testículo
Laudo comprova que soldado foi torturado durante trote em quartel do Exército. Vítima precisou passar por cirurgia de extração de testículo
Dois anos depois da realização de um ‘trote’ em um quartel do Exército no Rio de Janeiro, a perícia finalmente comprovou que a vítima foi alvo de um crime bárbaro.
Embora o caso tenha acontecido em maio de 2016, só agora o laudo foi anexado ao processo judicial. O soldado agredido cobra indenização.
O médico responsável pelo exame afirma que “a agressão praticada por um grupo de militares, à título de um trote tradicional, parece uma verdadeira tentativa de homicídio”.
Na ocasião, 18 cabos do Exército participaram do espancamento do militar. As agressões foram tão severas que o soldado precisou passar por uma cirurgia para a retirada de um dos testículos.
“A pior sequela são os reflexos psíquicos sobre a personalidade do soldado”, afirma o médico da perícia. O responsável pelo exame conclui que o soldado não tem mais capacidade para exercer atividades profissionais e esportivas.
No laudo pericial constam 26 perguntas. Em uma das questões, o médico disse que a a perda do testículo “causa um reflexo no comportamento humano de uma gravidade imensurável”.
O exame ainda constatou que o soldado tem um problema lombar, além de um transtorno misto ansioso e depressivo e transtornos de adaptação.
“A vítima também tem distúrbios psíquicos que são decorrentes da agressão ocorrida durante o serviço militar”, diz o documento.
Segundo o Exército, os militares envolvidos no caso foram expulsos do efetivo. Oito cabos que participaram da agressão estão respondendo a um processo na Justiça Militar.
Em comunicado, o Exército afirma que repudia práticas de agressões e maus tratos.