General Mourão fala em "grande acordo nacional" para acabar com o 13º salário
General Hamilton Mourão, que estava proibido de falar até o final do primeiro turno, voltou a se manifestar. Vice de Bolsonaro reiterou críticas ao 13º salário
Vice de Jair Bolsonaro (PSL), o general Hamilton Mourão (PRTB) voltou a criticar o 13° salário nesta terça-feira (2/10).
Instigado a explicar uma declaração anterior sobre o tema, feita na semana passada, Mourão disse:
“O 13° eu simplesmente disse que tem que ter planejamento, entendimento de que é um custo. Na realidade, se você for olhar, seu empregador te paga 1/12 a menos (por mês). No final do ano, ele te devolve esse salário. E o governo, o que faz? Aumenta o imposto para pagar o meu. No final das contas, todos saímos prejudicados”.
A declaração foi feita no aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Ainda segundo Mourão, “se você recebesse seu salário condignamente, você economizaria e teria mais no final do ano e não precisaria do 13º”.
O general também falou que a única possibilidade de acabar com o 13º salário seria através da realização de um “amplo acordo nacional”.
“O que eu mostrei é que tem que haver um planejamento. Você vê empresa que fecha porque não tem como pagar o 13º. O governo tem que aumentar imposto e agora já chegou no limite, e não pode aumentar mais nem emitir títulos. Uma situação complicada”, disse.
“Michel Temer ao quadrado”
O candidato à Presidência pelo PDT, Ciro Gomes, fez duros ataques às novas falas do vice de Jair Bolsonaro (PSL) sobre o 13° salário.
“Abaixo desta retórica moralista toda falsa há um projeto de economia política que é o (Michel) Temer ao quadrado”, afirmou Ciro.
Para Ciro, no entanto, ao criticar diretamente o 13° salário, Mourão está sendo apenas “menos malicioso, menos mentiroso” que o capitão da reserva. “Ele (Bolsonaro) já disse que os trabalhadores brasileiros têm de fazer uma opção entre empregos ou direitos”, afirmou.
O pedetista afirmou também que os trabalhadores do Brasil precisam “de mais direitos” e não de questionamentos sobre os já existentes. “Nós precisamos preservar a renda do trabalhador”, disse.
Ausência em debate
Questionado se vai participar de eventos e ficar falando, Mourão disse que não, que está em “silêncio obsequioso”.
Mourão disse que não vai participar de debates com candidatos a vice “por orientação” de Bolsonaro. O general também não quis comentar a declaração de Bolsonaro de que vice que fala muito pode acabar atrapalhando.