Biblioteca da UnB é vandalizada por extremistas
Livros que contam a história da “luta por direitos humanos” no Brasil foram rasgados na biblioteca central da Universidade de Brasília (UnB). Comunicado diz que ação foi proposital. Polícia Federal investiga o caso
Cinco livros sobre direitos humanos do acervo da Biblioteca Central (BCE) da Universidade de Brasília (UnB) foram propositalmente danificados, tendo algumas páginas rasgadas e riscadas.
A instituição divulgou nota informando que está fazendo uma varredura em outros títulos que tratam do mesmo assunto para verificar se há mais obras vandalizadas.
O diretor da BCE, Fernando Leite, informou que está sendo feita uma investigação preliminar para apurar as circunstâncias e identificar os responsáveis. Segundo ele, a varredura no acervo deve demorar entre 7 e 15 dias.
“A gente precisa fazer essa identificação para encaminhar o caso para a Polícia Federal. O livro dentro de uma universidade pública é patrimônio público e a investigação sobre depredação de patrimônio público é atribuição da PF”, explicou.
Leite disse que funcionários da biblioteca já tinham identificado danos em três dessas obras ao longo do primeiro semestre do ano. Os títulos foram encaminhados para o setor de restauração da universidade.
“Quando soubemos de outras duas obras com o mesmo tema percebemos que não era uma coincidência”, disse.
A Biblioteca Central ocupa uma área de mais de 16 mil metros quadrados, guardando um acervo de 1,5 milhão de itens. Como a maior parte está disposta em estantes, ao longo de mais de 500 corredores, nem todos os locais têm câmeras.
Em nota, o Ministério dos Direitos Humanos lamentou o episódio e ressaltou que a coexistência de ideias e leituras distintas sobre fatos históricos é essencial para a construção de uma sociedade plural, pacífica e tolerante.
“Rasgar obras literárias que veiculam narrativas sobre as conquistas em direitos humanos é, em última análise, impedir a formação de uma visão crítica e democrática do mundo que nos cerca”, destacou o ministro Gustavo Rocha.
Repercussão
Nas redes sociais, internautas repudiaram a ação. Confira alguns comentários:
— Fascistas estúpidos. São incapazes de ganhar o debate de ideias e recorrem ao vandalismo e à agressão. “O outro me incomoda com seus pontos de vista, então eu o elimino”. Ainda dá tempo de acordar, galera. Votemos pela democracia ou vamos validar esse tipo de postura. Aí o que sobrou do país vai terminar de ser destruído.
— Lamentável que um riquíssimo espaço em conhecimento seja depredado porque quem não tem menor respeito por uma biblioteca. Bibliotecas são fontes riquíssimas de conhecimento, lazer e aprendizado. São a identidade e o legado do nosso pais. Uma pessoa que não tem respeito por um espaço deste, me pergunto então que faz em uma biblioteca. Quem age assim contra o patrimônio público, demonstra acefalismo, demonstra ignorância suprema, demonstra que nunca gostou de ler livros e não sabe o que é realmente defender uma causa, a não ser o vandalismo que impera nas veias de quem destrói o conhecimento
— Tempos sombrios se aproximam. Corremos o risco de termos uma nova Kristalnacht mas em território brasileiro.