Redação Pragmatismo
Eleições 2018 16/Out/2018 às 13:52 COMENTÁRIOS
Eleições 2018

Bolsonaro tem mais processos que projetos aprovados

Publicado em 16 Out, 2018 às 13h52

Bolsonaro tem mais processos que projetos aprovados. Candidato do PSL que é conhecido por seus discursos de ódio e por ser “contra a corrupção” já foi alvo de mais denúncias do que aprovou projetos

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O candidato do PSL é parlamentar há quase três décadas e em todo esse tempo teve apenas dois projetos aprovados, por outro lado, não lhe faltam denúncias, processos e representações. Bolsonaro já foi acusado de racismo, furto e ocultação de patrimônio, ameaça de morte, incitação ao crime de estupro e caixa 2.

Além disso, sua família teve o patrimônio multiplicado dezenas de vezes em poucos anos, chegando a R$ 15 milhões, com fortes indícios de lavagem de dinheiro. O guru econômico de Bolsonaro, Paulo Guedes, é investigado por possível fraude ao ter captado R$1 bilhão de fundos de pensão estatais.

Apenas Eduardo Bolsonaro, terceiro filho do candidato do PSL, teve seu patrimônio aumentado em 432% desde 2014. O próprio Jair Bolsonaro aumentou o patrimônio em 168% desde 2006 e Flávio Bolsonaro aumentou em 55% seus bens desde 2010. As informações são da Folha.

Em 1988, quando Jair Bolsonaro entrou na política, ele declarava ter apenas um Fiat Panorama, uma moto e dois lotes pequenos na cidade de Resende, no interior fluminense, valendo pouco mais de R$ 10 mil, em valores atuais. Agora o patrimônio da família inclui 13 imóveis, a maior parte em pontos altamente valorizados do Rio de Janeiro, carros de mais de R$ 100 mil, jet-ski e aplicações financeiras que comam R$ 1,7 milhão.

De acordo com os critérios do Coaf, órgão do Ministério da Fazenda, são altos os indícios que de a família Bolsonaro lavou dinheiro. Segundo o Conselho Federal dos Corretores de Imóveis (Cofeci) há “sérios indícios” de lavagem de dinheiro em operação na qual há “aparente aumento ou diminuição injustificada do valor do imóvel”, como ocorreu no caso.

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Funcionária fantasma

No início de 2018 foi identificado que Bolsonaro possuía uma funcionária fantasma, a Wal do Açaí. Ele utilizou verba da Câmara dos Deputados para empregar uma vizinha em um distrito a 50 km do centro de Angra Dos Reis, no Rio de Janeiro.

Walderice Santos da Conceição, 49, figurava desde 2003 como um dos 14 funcionários do gabinete parlamentar de Bolsonaro, em Brasília, recebendo salário bruto de R$ 1.351,46. Sete meses após a denúncia, em agosto, Wal do Açaí continuava recebendo o salário, sem comparecer à Câmara.

Propina

Durante entrevista em maio de 2017, Bolsonaro admitiu que, em 2014, o PP, seu então partido, recebeu dinheiro ilegal da JBS. “O partido recebeu propina sim, mas qual partido não recebe propina?

Começaram as eleições de 2014. Me liga o presidente do meu partido e diz que vai botar R$ 300 mil na minha conta. Disse que tudo bem, mas que colocasse R$ 200 mil na minha conta e R$ 100 mil na do meu filho. Quando vi o nome da Friboi, perguntei se queriam estornar”, admitiu à época.

Na “Consulta aos Doadores e Fornecedores de Campanha de Candidatos” no Tribunal Superior Eleitoral, dados dão conta de que o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) recebeu R$ 200 mil do grupo JBS durante sua campanha de 2014. Questionado se o partido cometeu uma ilegalidade ao repassar dinheiro da JBS para sua campanha, Jair Bolsonaro concordou e perguntou: “você queria que fizesse o que naquela época?”.

Violência e preconceito

A lista de processos contra Bolsonaro é longa e variada. Em agosto de 2017 a Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça condenou por unanimidade Jair Bolsonaro por danos morais contra a deputada Maria do Rosário. Em dezembro de 2014, Bolsonaro falou publicamente a respeito da possibilidade de estuprar a deputada e em 9 de dezembro, no plenário da Câmara dos Deputados, disse que não estupraria a colega porque “ela não merecia”.

Em 13 de abril de 2018, a Procuradoria Geral da República apresentou denúncia contra o então pré-candidato à presidência, pelo crime de racismo, por ofensas proferidas por ele contra a população negra e indivíduos pertencentes às comunidades quilombolas, durante palestra no Clube Hebraica, no Rio de Janeiro. Por essas mesmas declarações Bolsonaro já havia sido condenado a pagar R$ 50 mil por danos morais coletivos.

O filho dele, Eduardo Bolsonaro (PSL-RJ) também foi denunciado pela PGR por enviar mensagens por meio de um aplicativo de celular ameaçando uma jornalista, e proferindo palavras de baixo calão. A PGR afirma que, em uma das mensagens, questionado se o diálogo se trataria de uma ameaça, respondeu: “Entenda como quiser”.

Em 2007, Bolsonaro também foi acusado pela ex-mulher, durante o processo de separação, de furto de cofre, ocultação de bens, além de “comportamento explosivo” e “desmedida agressividade”, conforme publicou a revista Veja.

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No Conselho de Ética e na Corregedoria da Câmara, instância que apura a conduta dos parlamentares, Bolsonaro é recordista de denúncias. Com quatro processos, ele é o único que alcançou esse número desde que o conselho foi instalado, em 2001.

A lista de acusações contra o pré-candidato à Presidência também é extensa na Corregedoria da Câmara, outra instância que apura a conduta dos parlamentares, que já deu já deu seis punições ao candidato por causa de pronunciamentos agressivos e entrevistas polêmicas.

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Agência PT

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