Eduardo Suplicy, aos 77 anos, resgata servidora das mãos de PMs
Vídeo: Aos 77 anos, Eduardo Suplicy protagoniza a imagem da semana ao resgatar servidora de policiais durante protesto contra reforma da Previdência
A Câmara Municipal de São Paulo realizou nesta sexta-feira (21) uma audiência pública sobre o projeto de lei 621/2016, que trata da reforma da previdência municipal e criação do ‘SampaPrev’.
O encerramento da reunião acabou com a expulsão de trabalhadores e aposentados do plenário pela tropa de choque da Guarda Civil Metropolitana. A ordem foi do presidente da casa, vereador Milton Leite (DEM).
O registro mais emblemático da audiência pública ocorreu quando o vereador Eduardo Suplicy (PT) arrancou uma servidora das mãos de três policiais que queriam levá-la à força. Suplicy tem 77 anos de idade (assista abaixo).
A truculência dos policiais e guardas civis foi alvo de protestos. O vereador Gilbeto Natalini (PV) foi até a mesa e desabafou: “nem na ditadura nós vimos isso”.
“O que o governo quer fazer? O que é isso? É uma esculhambação com os vereadores, com os servidores. Que governo é esse que joga parlamentares contra a GCM?”, continuou o vereador.
Vereador @esuplicy, 77 anos, arranca servidora das mãos de três policiais, durante protesto contra reforma da previdência da Câmara Municipal de São Paulo. pic.twitter.com/dZVvIeoGYa
— Carol Pires (@pirescarol) 21 de dezembro de 2018
Vias de fato
No plenário 1º de maio, além de entidades como o aprofem, Sindicato dos Professores e Funcionário Municipais de São Paulo e o SINPEEM Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo, membros do Partido Novo e do MBL também participaram das discussões.
Mais cedo, entre constantes manifestações de presentes a favor e contra texto apresentado pelo governo, os vereadores Fernando Holiday (DEM) e Toninho Vespoli (PSOL) brigaram aos empurrões.
O confronto entre eles começou durante o discurso da vereadora Sâmia Bomfim (PSOL). Holiday subiu a mesa para interrompê-la, quando Vespoli o impediu, em defesa da companheira de partido.
As vereadoras Janaína Lima (Novo) e Sâmia Bomfim (Psol) também discutiram. Sâmia relatou que foi questionar a vereadora Janaína se ela sabia realmente qual era o texto do substitutivo que será apresentado, para expor as contradições dela, e teria sido chamada de “bandida”.
Ela então questionou o que a vereadora do Novo estava ganhando para defender o projeto e elas passaram a bater boca.
O vereador Antônio Donato (PT) chamou os apoiadores do Partido Novo, que entraram de forma clandestina na Câmara, de “pessoal do Itaú”. Donato disse que eles vêm aqui “a mando do grande capital financeiro que está interessado no dinheiro da previdência dos servidores”.
SampaPrev
O fundo de previdência privada complementar, o Sampaprev, foi recriado pelo ex-prefeito João Doria (PSDB), que gestou mais dois fundos: o Finan e o Funprev.
O primeiro para os atuais servidores e inativos; o segundo para os novos servidores. A Reforma da Previdência Municipal é considerada prejudicial aos trabalhadores e aposentados porque institui um aumento do desconto previdenciário de 11 para 14%, podendo chegar até 19%, dependendo da faixa salarial do servidor.
O projeto taxa ativos, inativos e novos. Os que quiserem receber acima do teto do INSS devem aderir ao fundo previdenciário privado complementar, o Sampaprev. Um confisco salarial que, somado ao IR, pode reduzir os salários até 46,5% e desintegrar a carreira
A lei impõe aos servidores rateio do déficit até 2092, sem que seja esclarecido como o IPREM chegou a essa dívida, sem que a prefeitura execute devedores da previdência como o Itaú, o Bradesco e o Santander. Bancos que, no último período, mesmo com o país em crise, bateram recordes de lucro.