Redação Pragmatismo
Rio de Janeiro 12/Mar/2019 às 17:56 COMENTÁRIOS
Rio de Janeiro

A polícia está escondendo o jogo sobre o assassinato de Marielle Franco

Publicado em 12 Mar, 2019 às 17h56

Coletiva de delegado revela que a polícia está escondendo muita coisa sobre a morte de Marielle Franco. Pode ser para preservar a investigação, mas pode ser também pela deliberação de não avançar na investigação

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(Imagem: ASCOM / PCERJ)

Joaquim de Carvalho, DCM

A coletiva convocada pelo governador Wilson Witzel para esclarecer o caso Marielle terminou com muitas dúvidas.

O delegado Giniton Lages, responsável pelo inquérito, até tentou dar esclarecimentos, mas ao final ele puxado pelo braço por outra pessoa.

E a entrevista terminou, com repórteres fazendo perguntas que ficaram sem respostas.

Witzel já tinha deixado a mesa.

Quem mandou matar Marielle?

Esta pergunta não foi respondida.

Pelo contrário. Pelo que disse o delegado, a Polícia Civil considera a possibilidade de crime de ódio.

Ou seja, Ronnie Lessa, o policial militar reformado, seria uma pessoa que odeia políticos de esquerda.

Saiba mais: PM preso por assassinato de Marielle mora no condomínio de Jair Bolsonaro

Esta versão é difícil de engolir.

Foi um crime altamente sofisticado, e depois do crime houve tentativa de homicídio de Ronnie Lessa.

A primeira conclusão é que teria sido tentativa de queima de arquivo.

O delegado, no entanto, descartou essa possibilidade.

Teria sido uma tentativa de roubo.

O delegado também disse, num primeiro momento, que Ronnie Lessa, embora morasse no mesmo condomínio que Bolsonaro, não tinha relacionamento com ele, nem com ninguém da família dele.

Informação que foi veiculada de maneira truncada durante a coletiva.

Um repórter teria perguntado se um filho de Bolsonaro namorou a filha de Lessa.

O delegado teria respondido que sim, mas isso não seria relevante para a investigação neste momento.

Tinha relacionamento ou não?

Giniton Lages não esclareceu.

Difícil de engolir.

A Polícia está escondendo muita coisa.

Pode ser para preservar a investigação, já que há uma suposta segunda fase do inquérito em que será apurado se há mandantes.

Pode ser pela deliberação de não avançar na investigação.

A primeira hipótese é compreensível.

A segunda, inaceitável.

O crime foi de profissionais, executado por uma pessoa que já foi da Polícia Civil e do Bope.

Um criminoso que permaneceu duas horas no carro, em campana, paciente, esperando pela saída de sua presa, a vereadora Marielle Franco.

Era uma missão.

Ronnie Lessa puxou o gatilho.

Mas não foi apenas ele quem matou

A responsabilidade foi de quem mandou matar.

E esse monstro está solto.

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