Em Suzano, plano envolvia despir as meninas e executá-las de forma humilhante
Terceiro envolvido no massacre de Suzano revela que plano envolvia despir as garotas, executá-las no meio do pátio e depois posicionar os corpos de “forma humilhante”, para o “crime ficar inesquecível”. Um dos rapazes sugeriu estuprá-las
Uma troca de mensagens reveladora consta na decisão da juíza da 1ª Vara Criminal de Suzano, Érica Marcelina Cruz. A magistrada foi a responsável por autorizar a apreensão, nesta segunda-feira (18), do terceiro jovem envolvido no massacre de Suzano (SP).
Na última sexta-feira, a Justiça havia negado a apreensão do jovem por considerar que não havia elementos suficientes. A Polícia Civil, então, apresentou estas novas provas (as mensagens).
Segundo a Polícia, o adolescente apreendido nesta segunda seria o mentor do massacre. Ele era amigo dos assassinos e enviou mensagens de celular nas quais detalhava sua ideia para um ataque armado à escola.
“Cada câmera [da escola] seria importante porque os assassinatos iriam acontecer na frente delas”, diz o adolescente a um interlocutor não identificado no dia 18 de outubro de 2018.
O adolescente diz que o plano envolvia despir as garotas, executá-las no meio do pátio e depois posicionar os corpos de “forma humilhante”, “pro crime ficar inesquecível”. Em outro ponto da conversa, ele diz que o amigo cogitou até estuprar as vítimas e usar “granadas gigantes com parafusos”.
A certa altura, o garoto demonstra certa crise de consciência, atribuindo as ideias homicidas a “brisas malignas”. Diante das declarações, o interlocutor não identificado comenta que os “jornais sensacionalistas iriam ficar bem felizes”.
O interlocutor afirma ainda que se o atentado fosse feito “numa escola particular seria muito melhor”, pois “ia dar muito mais repercussão” por “só ter filho de rico”. O adolescente retruca que seria difícil entrar numa escola particular.
O que se sabe
O massacre em Suzano foi executado por Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, de 25 anos, que mataram sete pessoas na escola Raul Brasil, com tiros de arma de fogo e machadadas. Antes de invadir o colégio, Guilherme executou o tio Jorge Antonio Morais, dono de uma concessionária que ficava próxima à escola.
A polícia afirma que o menor apreendido era amigo próximo de Guilherme, ajudou no planejamento do crime e teria ficado irritado por não ter participado do atentado. O adolescente tinha uma irmã na escola, que, segundo testemunhas, foi poupada pelos agressores.
No dia do ataque, ele enviou uma mensagem para o assassino. “Teve um tiroteio dentro da escola. Mano dois adolescentes. E eles se mataram. Taucci, um dos atiradores tinha um machado igual ao seu. Agora eu sei que você nunca mais vai fazer aquelas perguntas chatas de ateu. Risadas (kkkkkk). Te odeio”.
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Outra prova levantada pela polícia foi o depoimento prestado por uma professora, que deu aulas para Guilherme Taucci em 2015 na Raul Brasil e atualmente tinha o adolescente apreendido como aluno num curso profissionalizante.
Segundo ela, há cerca de dez dias, durante uma dinâmica que aplicou na classe para que os alunos manifestassem os seus planos para o futuro, o menor disse que o seu maior sonho era entrar em uma escola armado e atirar em várias pessoas aleatoriamente. E que ao visualizar tal cena sentia prazer.