Redação Pragmatismo
Educação 22/Mar/2019 às 15:47 COMENTÁRIOS
Educação

Resposta de escola sobre professor trans mostra que ainda há esperança

Publicado em 22 Mar, 2019 às 15h47

Escola privada de educação infantil foi questionada sobre ter em seus quadros um professor transexual e a resposta da instituição de ensino mostra que ainda há esperança

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O professor trans Bruno Santana (dir)

Uma resposta publicada pela Escolinha Maria Felipa viralizou nas redes sociais nesta semana. A instituição privada de educação infantil fica localizada em Salvador, na Bahia.

A escola foi questionada no WhatsApp por uma pessoa não identificada a respeito de um professor transexual que mantém em seus quadros. “Vocês têm um professor trans na escola, né?”, pergunta a pessoa.

Após a confirmação da escola, dizendo que o educador é um “excelente profissional”, o interlocutor segue com outra pergunta. “Não que eu concorde, mas você não acha que isso pode ter diminuído o número de matrículas de vocês?”, sugere.

A resposta da escola que viralizou nas redes veio em seguida: “Quem acha que uma pessoa trans, apenas por ser trans, não pode educar seu filho não merece a nossa escola”.

Ao compartilhar o caso, a escola acrescentou: “Nosso interesse é lutar e construir pela via da educação o mundo que acreditamos. Não negociamos nossos sonhos!”.

A publicação teve milhares de curtidas no Facebook e no Instagram, com pessoas parabenizando a instituição pela firmeza na resposta e pelo combate à intolerância.

“Obrigado, também sou trans e professor, é bom saber que ao menos em alguns lugares não esbarramos com o preconceito”, disse um internauta no Facebook. “Por mais escolas assim no mundo. Todo meu respeito a admiração”, escreveu outro no Instagram.

Escolinha Maria Felipa

A Escolinha Maria Felipa surgiu da ideia de jovens negras e negros que buscam educar suas filhas e filhos a partir de outros marcos civilizatórios.

A professora Bárbara Carine, da UFBA, e seu marido Ian Cavalcanti, se juntaram à pedagoga Naiara Santos e pensaram em uma escola que valorizasse as constituições ancestrais não apenas europeias, mas também a forte influência ameríndia e fundamentalmente africana em nossa formação sócio-cultural.

São três os objetivos da escola: oportunizar e dar condições para que as crianças desenvolvam suas capacidades para a formação plena por meio de ações pedagógicas, atividades lúdicas, desportivas e culturais; possibilitar aos e as estudantes o acesso as diversas formas de comunicação e linguagens oriundas de diferentes matrizes culturais, tais como: a Língua Pátria, o Iorubá, o Inglês, e o Espanhol; e oferecer à comunidade ensino de qualidade, pautado na perspectiva decolonial, que contribua para o desenvolvimento humano das educandas e educandos.

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