Delegado que depreciou mulheres petistas é afastado do cargo
Delegado que depreciou 'mulheres petistas' ao relatar suas supostas experiências sexuais é afastado do cargo. Policial também sumiu das redes sociais após repercussão do caso
O delegado paraibano Francisco Azevedo foi afastado das funções que exercia na 9ª Delegacia de Polícia Civil, na cidade de João Pessoa (PB). A informação foi confirmada pela Secretaria de Estado da Segurança e Defesa Social (Seds) e publicada no Boletim Interno da Polícia Civil.
O afastamento aconteceu após a repercussão de um texto em que o delegado afirma, no Facebook, que “mulher petista é, sem exceção, rapariga, safada, rodada, gostosa de transar e fácil de se apaixonar”.
Francisco Azevedo também sumiu das redes sociais depois que o Pragmatismo Político expôs o episódio nesta quarta-feira (3). A Delegacia-Geral de Polícia Civil da Paraíba encaminhou para a Corregedoria uma denúncia contra o delegado.
A Corregedoria da Polícia tem um prazo de 20 dias para concluir a análise preliminar. O procedimento desta investigação pode ser convertido em sindicância, processo administrativo disciplinar ou ser arquivado.
O Partido dos Trabalhadores (PT), ao tomar conhecimento do texto do delegado, emitiu uma nota de repúdio e informou que vai entrar com uma denúncia contra Francisco Azevedo no Ministério Público, assim como com uma ação judicial.
O secretário da Segurança e da Defesa Social, Jean Francisco Nunes, considerou que o delegado cometeu uma “atitude reprovável que não tem, jamais, qualquer apoio da Polícia Civil ou da secretaria”.
O governador da Paraíba João Azevêdo (PSB) também comentou o caso. “Prontamente solicitei e determinei ao secretário Jean a apuração. Nenhum agente público pode se portar da forma como o delegado se portou, levando uma mensagem absolutamente equivocada e tratando pessoas sem o devido respeito”, declarou João.
Entenda o caso
No texto compartilhado pelo delegado, ele fala sobre o que seriam suas experiências sexuais a partir de sua suposta filiação ao Partido dos Trabalhadores (PT) no ano de 1996.
“Mulher petista é mulher rapariga, rodada […] Todas, sem exceção, não aceitam que você pague a conta. Cada um paga o seu, mas no sexo não tem matemática. Vale tudo. Com camisinha, sem camisinha, de cabeça para baixo. Valia puxar cabelo e tapa de amor não dói…”, escreveu o delegado.
Aparentemente frustrado, o delegado afirma que foi discriminado no PT porque era considerado um “coxinha” — uma espécie de “burguesinho da praia” –, e que só pessoas que exerciam algum tipo de liderança eram valorizadas na sigla.
Além de execrar as mulheres petistas, o delegado dispara críticas contra o partido. “Dizem que o PT é uma quadrilha […] mas o PT é mais do que uma quadrilha”.
No fim da publicação, o delegado explica que está lendo o livro de memórias de José Dirceu, indicando que a leitura motivou seu depoimento sobre o período que teria integrado o partido.
Repercussão
Confira algumas reações ao texto do delegado:
— Mulher petista gosta de professor, pesquisador, historiador! Macarrão de hospital é só pra enfermos!
— Agora imagina como são tratadas as pessoas que dependem de um julgamento desses de um operador de direito?
— Leão de teclado. Mais um que se esconde atrás de um distintivo.
— Com essa capacidade cognitiva fica difícil saber que tipo de mulher tem estômago para ficar perto dele por alguns momentos. Tem que estar muito necessitada.
— Agora me diga quem em sã consciência vai querer essa miséria pra conje?