Discurso de Bolsonaro para empresários de Israel é de cair o queixo
“O que está detrás inspeciona eu”. Discurso do presidente Jair Bolsonaro para empresários de Israel é o vídeo mais bizarro que você verá neste mês
Uma fala incompreensível do presidente Jair Bolsonaro (PSL) para empresários de Israel viralizou nas redes sociais nesta quinta-feira (4) e continua a repercutir nesta sexta.
No vídeo, Bolsonaro diz, com gestos que apontam para o lado oposto do que está afirmando: “Não interessa quem está na frente ou atrás, o importante é que quem está atrás confia em quem está na frente. E eu, que estou na frente ou no meio, confia em quem está na frente. Isso desperta a confiança entre nós (sic)”.
As reações foram imediatas na internet. “Saudades de Dilma saudando a mandioca…”, escreveu Jefferson Monteiro. Até o perfil humorístico ‘Dilma Bolada’ se manifestou: “Eu avisei. Quem ganhar ou quem perder, nem que ganhar nem perder, vai ganhar ou perder. Vai todo mundo perder”.
“Saudades de quando nosso maior problema era a dificuldade de estocar vento. E ele todo orgulhoso, meu pai, achando que está arrasando”, comentou uma internauta.
“Prefiro mil vezes o discurso do cachorro oculto que Dilma fez no dia das crianças. Esse homem tem algum grau de demência? Isso ainda deve ser revelado. É sério…”, observou outro internauta.
VÍDEO:
não interessa quem está na frente 👈👈 ou atrás 👉👉
o importante é que quem está atrás 👈 👈👉confia em quem está na frente 👉👉
e eu que estou na frente 👉👉👈ou no meio 👇👆confia em quem está na frente 👉👉👉
isso desperta a confiança entre nós
[SILÊNCIO]
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Viagem pouco produtiva
O discurso de Bolsonaro em Israel não resume o fracasso de sua viagem ao país governado por Benjamin Netanyahu. Analistas internacionais observaram que a importância da ida a Israel foi meramente simbólica, enquanto os efeitos práticos para o Brasil devem ser poucos.
“Foi uma viagem de caráter mais simbólico, mais que substancial. Houve acordos na área de energia, de startups, mas a relevância que isto terá ainda é incerta”, disse o professor de relações internacionais da FGV, Oliver Stuenkel.
A data da visita foi pensada de forma estratégica para Netanyahu — que enfrentará as urnas em seu país na semana que vem. Como um líder de direita, Netanyahu viu na presença de Bolsonaro a possibilidade de criar um fato político para sua campanha — ainda mais se o presidente brasileiro anunciasse a mudança da embaixada de Tel Aviv para Jerusalém.
“O problema é que Bolsonaro está numa situação política difícil no Brasil. O governo está fraturado entre vários grupos de interesses, como evangélicos, militares e ruralistas, e o presidente começou a pesar com mais cautela o impacto que a mudança de embaixada poderia ter”, afirmou o professor Guilherme Casarões, também da Fundação Getúlio Vargas.
“Com a decisão de abrir o escritório comercial, Bolsonaro encontrou uma solução que é ruim para todos. Desagrada quem esperava o anúncio da mudança da embaixada, tanto em Israel quanto no Brasil, e irrita também os países árabes”, acrescenta.