Enfermeira estupra paciente com esclerose lateral amiotrófica (ELA)
Paciente com doença degenerativa recebeu computador que o permitiu revelar abusos sexuais praticados por enfermeira. Delegado afirmou que a mulher fazia sexo oral, beijava e colocava a mão do homem nas partes íntimas dela
A Polícia prendeu uma enfermeira nesta quarta-feira (10) no Distrito Federal por abusar sexualmente de um paciente com paralisia. O crime é de estupro de vulnerável.
Desde 2015 a mulher cuidava do homem, que é portador de esclerose lateral amiotrófica (ELA) — doença degenerativa que deixa a pessoa paralisada e sem conseguir se comunicar.
O paciente de 54 anos só conseguiu denunciar os abusos depois que recebeu um computador que permitia a ele se comunicar com a ajuda dos olhos.
O delegado do caso afirmou que a cuidadora fazia sexo oral no paciente, beijava a sua boca e colocava a mão do homem nas partes íntimas dela. A mulher tem 36 anos e não teve a identidade revelada.
A esposa do paciente e o filho do casal foram ouvidos no inquérito policial, assim como a cuidadora. A mulher trabalhava na casa da família há 4 anos.
“Antes ele não conseguiu contar tudo que acontecia porque não tinha nada que usasse para se comunicar. Não tinha como meu pai nos contar. Mas, a primeira coisa que fez ao usar o computador foi falar o que estava acontecendo”, revelou o filho.
A família da vítima afirma ainda que a cuidadora confessou o crime e disse que o paciente “era apaixonado por ela”.
Caso seja condenada, a mulher pode pegar de 8 a 15 anos de prisão. Neste momento, a enfermeira está em prisão preventiva autorizada pela 3ª Vara Criminal de Ceilândia (DF).
Esclerose lateral amiotrófica (ELA)
De caráter progressivo, a esclerose lateral amiotrófica (ELA) afeta os neurônios responsáveis pelos movimentos do corpo e causa a perda do controle muscular.
Além de ser uma doença ainda sem cura, a esclerose amiotrófica tem um diagnóstico difícil. São necessários cerca de 11 meses para detectar a doença.
A dificuldade existe porque não há nenhum exame de laboratório que indique alguma substância no sangue ou marcador de precisão para detectar a doença.
O físico Stephen Hawking, que morreu em março de 2018 aos 76 anos, foi um dos mais conhecidos portadores da doença. Diagnosticado aos 21 anos, ele conseguiu sobreviver à doença por décadas, seguindo com sua carreira.
“Minhas esperanças foram reduzidas a zero quando tinha 21 anos. Tudo o que aconteceu desde então é apenas um bônus”, disse ele ao New York Times em 2004, referindo-se a sua doença.
Por causa da ELA, em certo ponto, Hawking só conseguia mover um dedo e os olhos voluntariamente. Hawking usava um sintetizador eletrônico para falar. Para produzir sua “fala”, o físico formava as palavras em uma tela com o movimento dos olhos.