Homem de 28 anos mata menina de 6 por "vingança"
Homem de 28 anos tirou a criança de 6 anos dormindo de casa e alega tê-la matado por vingança. Polícia acredita que menina foi estuprada
Um prato de comida teria motivado um homem de 28 anos a assassinar uma criança de 6 anos em Mongaguá, no litoral de São Paulo. O corpo da menina foi encontrado em uma vala na última terça-feira (23).
A menina Kauani Cristhiny Soares Rodrigues desapareceu enquanto dormia na madrugada do dia 17 de abril. Por volta das 2h, a mãe notou que a filha não estava no quarto e que a porta da frente da casa estava aberta.
A polícia apurou que na noite anterior ao desaparecimento de Kauani, o assassino Rodrigo de Paula Sales esteve na residência da menina, onde ocorreu uma festa.
A família de Kauani vive em um imóvel ocupado, que anteriormente era utilizado como um restaurante. Na madrugada do crime, Rodrigo disse que estava bêbado e saiu do imóvel levando a menina, mas não disse o motivo.
Em um primeiro depoimento, o homem afirmou à polícia que havia agido por vingança, mas sem especificar o que realmente aconteceu. Depois, Rodrigo revelou que decidiu matar a menina após a mãe dela ter lhe negado um prato de comida.
O delegado Francisco Wenceslau afirmou que o homem deu respostas desconexas no interrogatório. Rodrigo sustentou a versão de que todos estavam em uma festa consumindo drogas quando começaram a brigar.
“Ele disse que a mãe de Kauani não quis dar comida nem droga para ele. Foi uma conversa meio sem pé nem cabeça entre os dois”, afirma o delegado responsável pelo inquérito do caso.
Francisco Wenceslau disse que o homem confessou ter realmente matado a menina mas, por outro lado, negou que tenha a agredido sexualmente. A família, por sua vez, nega qualquer tipo de desentendimento.
Crime sexual
O delegado acredita que o homem estaria tentando enganar os investigadores ao afirmar que cometeu o crime por vingança. “Quando ele fala que foi por vingança, ele afasta a ideia do crime sexual. Ele conduz os investigadores para sair do foco do crime sexual. Tem alguma coisa estranha aí. Essa é a linha que estamos trabalhando”, diz.
Antes de confessar o crime, Rodrigo de Paula Sales afirmou que deixou a menina na vala com vida. A versão também é contestada pela polícia.
“Se ele não tivesse matado, ela teria saído [da vala] ou pedido socorro porque o local não é muito alto. O conjunto indica que houve homicídio”, acrescenta o delegado.
Versão da tia
Sheila Aparecida Lira Soares, tia da menina, afirma que ela e a irmã, mãe de Kauani, estavam reunidas com alguns amigos, ouvindo música.
Horas depois, quando Kauani desapareceu, ela logo desconfiou de Rodrigo e foi procurá-lo. Imagens de câmeras de monitoramento mostram o momento em que ela agride o homem, na tentativa de que ele dissesse o que ocorreu.
“Ele é um monstro. Porque na hora que a gente sentiu falta dela eu fui diretamente nele procurá-lo. Eu tinha visto ele no portão um pouco antes de ela sumir. E ele [Rodrigo] estava dormindo tranquilamente. Eu cheguei até a bater nele, perguntando ‘cadê a Kauani, cadê a Kauani?’. E ele falava que não sabia”, diz.
Frieza
No dia do desaparecimento da menina, Rodrigo chegou a ser detido pela polícia, mas foi liberado em seguida porque naquele momento não havia indícios de que ele poderia ser o autor do crime.
A tia da menina conta que Rodrigo continuou frequentando a casa da família após ser liberado, quando o corpo de Kauani ainda não havia sido encontrado.
“Ele foi para a delegacia e prestou depoimento, porque eu estava desconfiada dele desde o inicio. Ele foi liberado e passou a semana inteira aqui. A semana inteira olhando para a gente. Ele chegou a falar para mim: “Eu te perdoo porque você bateu em mim”, desabafou Sheila.
Primeiros exames do IML
De acordo com o delegado, os resultados dos primeiros exames do Instituto Médico Legal (IML) são inconclusivos, mas foram detectadas lesões na genitália que podem ser compatíveis com violência sexual.
Os exames também detectaram uma pequena lesão na traqueia, o que é compatível com o discurso de que houve esganadura. Ainda não é possível afirmar se houve ou não estupro devido ao avançado estado de decomposição do corpo.
“Apesar de ter lesões que podem dizer que houve abuso, também há uma duvida. Vamos tentar sanar com os exames complementares. A polícia trabalha com indícios, mas a confirmação científica ainda não é possível”, disse o delegado.
Vídeo mostra Rodrigo levando Kauani: