Ministro da Educação defende que alunos filmem seus professores
Para ministro da Educação, filmar professores em aula é direito dos alunos. Abraham Weintraub comentou vídeo compartilhado pelo presidente Jair Bolsonaro e seu filho Carlos, que mostra aluna criticando professora
Abraham Weintraub, Ministro de Educação e Jair Bolsonaro (Imagem: Marcos Corrêa | PR)
Para o ministro da Educação, Abraham Weintraub, filmar professores em sala de aula é um direito dos alunos. Ele disse que ainda irá analisar o conteúdo dos vídeos compartilhados nas redes sociais neste domingo, 28, pelo presidente Jair Bolsonaro e por seu filho, Carlos, para saber se alguma irregularidade foi cometida pelos educadores.
“Não incentivo ninguém a filmar uma conversa na rua, mas elas têm direito de filmar. Isso é liberdade individual de cada um. Vou olhar os casos com calma. Não faremos nada de supetão”, afirmou à reportagem, lembrando que, como professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), sempre deixou que seus alunos gravassem as aulas e fotografassem a lousa.
Segundo o ministro, o objetivo não é “criar um clima de caça às bruxas” e os professores devem ficar tranquilos, pois “o direito de todos será preservado”. Ele afirmou, porém, que podem ser necessárias medidas para “melhorar o ambiente escolar” nos casos relatados.
“Pelo que me foi descrito, o dinheiro do contribuinte não estava sendo gasto da melhor forma. Se eu tivesse pagando por uma aula dessas, eu me sentiria lesado. Agora, vamos olhar com calma e analisar dentro da lei o que pode ser feito, respeitando professores, alunos e pagadores de impostos”, disse.
Bolsonaro compartilhou no Twitter na manhã deste domingo um vídeo com a legenda “professor tem que ensinar e não doutrinar”. Ele mostra uma aluna questionando uma professora sobre críticas que teriam sido feitas por ela ao governo, ao projeto “Escola sem Partido” e ao guru bolsonarista, Olavo de Carvalho.
Professor tem que ensinar e não doutrinar. pic.twitter.com/voG6Dj15IZ
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) April 28, 2019
Minutos depois, Carlos Bolsonaro compartilhou na mesma rede social um vídeo no qual um professor discutia com um aluno, gritava, e falava mal de Bolsonaro. Carlos publicou o vídeo com a legenda “Gravar/filmar aulas é ato de legítima defesa contra os predadores ideológicos disfarçados de professores”.
Gravar/filmar aulas é ato de legítima defesa contra os predadores ideológicos disfarçados de professores. https://t.co/GnfSXHUdIA
— Escola sem Partido (@escolasempartid) April 28, 2019
O ministro afirmou que os professores não devem ficar “apavorados” e que têm liberdade para tecer comentários fora do horário da aula.
“Claro que ele pode fazer comentários e pode ter sua opinião. Se ele fala qualquer coisa no intervalo, está no direito dele. Se a aula foi boa, o aluno aprendeu, não temos nada com isso”, concluiu.
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Agência Estado