Redação Pragmatismo
Meio Ambiente 20/Mai/2019 às 10:00 COMENTÁRIOS
Meio Ambiente

Os animais que não mais existirão no ano de 2050

Publicado em 20 Mai, 2019 às 10h00

Mais de 25.000 espécies de animais e plantas estão em perigo de extinção, segundo a Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN). Muitos exemplares são afetados por crescentes ameaças provocadas pela ação humana

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Imagens: Wikipedia

Isabel Rubio, ElPaís

Abutres-de-bico-longo

Os abutres-de-bico-longo (‘Gyps indicus’) habitam em zonas montanhosas da Índia e outros países do sudeste asiático. Desde 1990 esses animais têm se envenenado com os remédios usados para tratar o gado, que é sua principal fonte de alimento. A IUCN, que os classifica como uma espécie em perigo crítico de extinção, alerta que eles têm um papel fundamental na eliminação de restos de animais do meio ambiente. Dessa forma, controlam a propagação de doenças.

Atum-do-sul

O atum-do-sul (‘Thunnus maccoyii’) vive nos oceanos Atlântico, Índico e Pacífico e aparece na Lista Vermelha como uma espécie em perigo crítico de extinção por sua pesca excessiva. Se o atual ritmo de exploração for mantido, esta espécie pode desaparecer: a IUCN alerta que a biomassa reprodutora diminuiu mais de 85% em menos de 40 anos (1973–2009).

Axolote

O axolote (‘Ambystoma mexicanum’) é endêmico do México e está em perigo crítico de extinção pela contaminação das águas em que vive. Seu hábitat são lagos e canais de águas pouco profundas com muita vegetação aquática. A IUCN assinala que atualmente existem menos de 100 exemplares. Este anfíbio também está ameaçado pela introdução de espécies de peixes que competem com ele ou são seus predadores.

Boto do Pacífico

O boto do Pacífico (‘Phocoena sinus’), também conhecido como vaquita marinha, é a menor toninha existente e é endêmica do Alto Golfo da Califórnia, no México. A principal ameaça para ela é a captura acidental em redes de emalhar (arte de pesca passiva em que os peixes ou crustáceos ficam presos em suas malhas), onde fica presa e se afoga. A maioria dessas redes é usada ilegalmente para pescar camarão e totoaba. A IUCN a classifica como uma espécie em perigo crítico de extinção e o Comitê Internacional para a Recuperação da Vaquita alertou, em um relatório publicado em fevereiro, que dos 60 cetáceos que havia no ano passado, resta apenas metade agora.

Doninha-europeia

A população da doninha-europeia (‘Mustela lutreola’) caiu pela metade nos últimos dez anos. A IUCN, que a classifica como uma espécie em perigo crítico de extinção desde 2011, prevê que essa diminuição se intensifique nos próximos anos por causa da destruição de seu hábitat e dos efeitos da introdução de espécies predadoras. O WWF explica que na Europa há populações pequenas e fragmentadas muito ameaçadas. “A doninha-europeia é, juntamente com o lince-ibérico, o carnívoro mais ameaçado da Europa”, assinala a organização.

Gafanhoto de Crau

O gafanhoto de Crau (‘Prionotropis rhodanica’) está na Lista Vermelha da IUCN como uma espécie em estado crítico de extinção pela destruição de seu habitat. Os cerca de 5.000 exemplares maduros desse tipo de gafanhoto vivem na França e são uma fonte importante de alimento para muitas aves, como o falcão peneireiro-das-torres. “É provável que estas espécies sejam afetadas pelo desaparecimento do gafanhoto, temos a responsabilidade de preservá-lo”, assinala uma fonte da IUCN.

Gorilas-do-rio-cross

Tanto os gorilas-do-rio-cross (‘Gorilla gorilla diehli’, subespécie do gorila-do-ocidente, ‘Gorilla gorilla’), com menos de 300 exemplares, quanto os gorilas-do-oriente (‘Gorilla beringei’), com 5.000, estão classificados como espécies em perigo crítico de extinção na Lista Vermelha da UICN. Esses símios africanos são capturados vivos e vendidos para ser mantidos em cativeiro, ou então são mortos para o consumo de sua carne. Muitos desses animais acabam morrendo ao serem transportados, submetidos a grande estresse ou vítimas de doenças. Na imagem aparece um gorila ocidental de seis anos na República Centro-Africana.

Iguana da Jamaica

A iguana da Jamaica (‘Cyclura collei’) está em perigo crítico de extinção, segundo a UICN. É uma espécie endêmica da Jamaica. Não se sabe com precisão quantos exemplares restam, mas se estima que sejam menos de 200. A população continua diminuindo por causa da destruição de seu hábitat e da introdução de espécies predadoras.

Lêmure-gentil

O lêmure-gentil (‘Prolemur simus’), que vive em Madagascar, aparece na Lista Vermelha como uma espécie em perigo crítico de extinção desde 2008. A população diminuiu 80% em menos de 30 anos por motivos como o corte de bambu, a mineração e a destruição de seu hábitat. Atualmente, a IUCN contabiliza cerca de 500 exemplares. Na imagem, um filhotinho no aconchego de sua mãe no zoológico de Besançon, no leste da França.

Maçarico-bico-de-colher

O maçarico-bico-de-colher ‘Eurynorhynchus pygmeus’ é uma ave que no verão habita o noroeste da Rússia e no inverno, o sudeste da Ásia. É uma das espécies em perigo crítico de extinção, segundo a IUCN: sua população reprodutora está abaixo dos 200 exemplares. Isso se deve à destruição de seu hábitat pela contaminação, à caça e aos efeitos do aquecimento global.

Pangolim-malaio

O pangolim é a maior vítima do tráfico de fauna selvagem, principalmente na Ásia e na África. Nesses dois continentes há oito espécies diferentes de pangolim, duas delas em grave perigo de extinção, segundo a UICN: o pangolim-chinês (‘Manis pentadactyla’) e o pangolim-malaio (‘Manis javanica’). Esses pequenos mamíferos são conhecidos por sua armadura protetora, já que se envolvem sobre si mesmos formando uma bola quando se sentem ameaçados. Sua cobertura escamosa se destina principalmente à medicina tradicional chinesa em tratamentos contra diversas doenças, como asma, reumatismo e artrite. Além disso, sua carne é considerada uma iguaria em vários países asiáticos.

Rinoceronte de Java

A União Internacional para a Conservação da Natureza estima que só existam cerca de 50 rinocerontes de Java (‘Rhinoceros sondaicus’). Estes exemplares, que vivem na Indonésia, são vítimas da caça ilegal destinada ao comércio dos chifres de rinoceronte. O Fundo Mundial para a Natureza (WWF) alerta que o chifre pulverizado é utilizado na medicina tradicional asiática como cura para as mais variadas doenças: ressacas, febres e até câncer.

Tartaruga angonoka

A tartaruga angonoka (‘Astrochelys yniphora’) conta com uma população de 400 indivíduos no noroeste de Madagascar. É uma das espécies em perigo crítico de extinção, segundo a Lista Vermelha. Mas não é a única: outras tartarugas também estão ameaçadas pela captura acidental em redes de pesca, pelo desaparecimento de seu hábitat com a invasão humana e pelo comércio ilegal. Estes animais se destinam principalmente ao setor alimentar de luxo, por seus ovos e sua carne.

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