Redação Pragmatismo
Jair Bolsonaro 15/Mai/2019 às 15:00 COMENTÁRIOS
Jair Bolsonaro

12 parentes da ex-mulher do presidente foram nomeados pelo clã Bolsonaro

Publicado em 15 Mai, 2019 às 15h00

Investigação do Ministério Público revela que clã Bolsonaro nomeou em cargos públicos 12 familiares da ex-mulher do presidente

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Jair Bolsonaro: e os filhos Carlos, Flávio e Eduardo (Imagem: Reprodução Flickr)

Otávio Augusto, Metrópoles

O Ministério Público do Rio de Janeiro identificou que ao menos 12 parentes de Ana Cristina Valle, ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro (PSL) e mãe do filho mais novo dele, Jair Renan, foram nomeados em cargos comissionados nos gabinetes da família. A própria Ana Cristina trabalhava com Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) na Câmara de Vereadores do Rio. As contratações podem configurar nepotismo, pois a mulher viveu em união estável com o presidente entre 1998 e 2008. As informações são da revista Época.

Entre as nomeações, está a do pai de Ana Cristina, José Cândido Procópio da Silva Valle, a irmã Andrea Siqueira Valle, os primos Juliana Vargas, Francisco Diniz e Daniela Gomes e os tios Guilherme Hudson, Ana Maria Siqueira Hudson, Maria José de Siqueira e Silva e Marina Siqueira Diniz. Os parentes foram nomeados para exercer cargos de confiança no antigo gabinete de Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), entre 2007 e o ano passado.

Segundo documentos do Ministério Público fluminense, revelados pela revista Época nesta quarta-feira (15/05/2019), ao menos cinco deles também trabalharam como assessores no gabinete de Bolsonaro na Câmara dos Deputados, entre 2002 e 2007. Nesse período, estavam lotadas em Brasília a irmã de Ana Cristina, Andrea Siqueira Valle, a prima Juliana Vargas, a mãe, Henriqueta Guimarães Siqueira Valle, o irmão, André Luiz Procópio Siqueira Valle, e o primo André Luiz de Siqueira Hudson.

Guilherme e Ana Maria Hudson, tios de Ana Cristina, recebiam salário bruto de R$ 9,8 mil cada enquanto trabalhavam para Flávio. A irmã Andrea e os primos Juliana e Francisco, R$ 7,3 mil. Já as tias Maria e Marina e a prima Daniela recebiam R$ 4,4 mil, R$ 5,9 mil e R$ 6,4 mil, respectivamente.

Os nomes foram identificados após decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) de quebrar os sigilos fiscal e bancário no caso que investiga o ex-policial militar Fabrício Queiroz e o senador Flávio Bolsonaro. O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) identificou movimentações atípicas nas contas bancárias de Queiroz.

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Para especialistas ouvidos pela reportagem, as contratações ferem a Súmula Vinculante nº 13 do Supremo Tribunal Federal (STF), que proíbe o nepotismo nos três poderes, e o Decreto nº 9.727 editado neste ano pelo presidente e que impõe regras para pessoas que desejem ocupar cargos em comissão e funções comissionadas na administração federal direta, incluindo autarquias e fundações.

Segundo os professores de direito público, um parlamentar pode, em um caso como esse, responder por improbidade administrativa.

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