Meninas brasileiras morrem no Chile após deslizamento de rocha
Meninas brasileiras de 3 e 7 anos morrem após serem atingidas por fragmentos de rocha no Chile. Autoridades acreditam que guia teria conduzido turistas a local proibido. Família está em choque
Duas meninas brasileiras morreram no Chile nesta segunda-feira (3) após um deslizamento de rocha na região montanhosa dos Andes. As vítimas são do Maranhão e estudavam na mesma escola, na cidade de Bacabal (MA).
Khálida Trabulsi Lisboa, de 3 anos, e Isadora Bringel, de 7, foram atingidas por fragmentos da rocha que se desprenderam de uma das montanhas nas imediações da barragem de El Yeso, um ponto turístico na Cordilheira dos Andes.
Segundo testemunhas, uma rocha se desprendeu da montanha, bateu e se quebrou em vários pedaços que atingiram o grupo de turistas. Outras pessoas também se feriram.
A governadora da província de Cordillera, Mireya Chocair, disse que a operadora de turismo responsável poderia ser responsabilizada porque o ônibus e os turistas, disse ela, passaram para um local proibido.
“Há sinalização, os guias de turismo sabem como funciona, o município está em contato constante com as agências. Há normas claras no lugar e são de conhecimento público”, ressaltou a governadora.
O conselheiro municipal Alejandro Hormazabal presenciou o desastre e afirmou que o grupo de turistas saiu dos ônibus e seguiu a trilha a pé. Segundo ele, não havia nenhuma placa ou aviso para impedir o trânsito de pessoas na região de El Yeso.
O consulado do Brasil no Chile informou que uma equipe da representação prestará assistência às famílias das meninas.
Família em choque
Raimundo Lisboa, avô de Khálida, afirmou que a família está em estado de choque com a morte da neta, que completaria 4 anos no dia 22 de junho.
“O convívio não poderia ser melhor. Era uma menina alegre. Quarta-feira foi meu aniversário e ela fez um bolo para mim, cantou parabéns para mim. Era uma criança maravilhosa, amada”, desabafou.
De acordo com familiares, todos saíram de Bacabal no dia 29 e retornariam nesta terça (4). Taiane Rodrigues, que é esposa de Raimundo Lisboa, contou ainda que as meninas eram muito amigas.
“Pelo que soubemos, elas estavam na neve e uma rocha descarrou, caiu e pegou nas crianças e também atingiu o pai de Isadora, o Dr. Marcelo Bringel. As meninas eram da mesma escola e muito amigas”, revelou Taiane.
Por pouco, uma outra menina, que seria irmã de Khálida, quase foi atingida. Antes do impacto, ela foi puxada por turistas que estavam perto e não ficou ferida.
Local deveria estar fechado
A imprensa do Chile afirma que o local em que as duas crianças brasileiras morreram deveria estar fechado para turistas — mas, por razões ainda desconhecidas, estavam com as barreiras levantadas ao público.
Segundo informações preliminares, citadas pelo jornal chileno La Nación, as duas meninas integravam um grupo de 20 turistas que estava em um lugar de acesso proibido no momento da tragédia.
As autoridades chilenas agora investigam por que estavam levantadas as barreiras de segurança do local, a cerca de cem quilômetros da capital Santiago. Também apuram se o guia de turismo pode ser responsabilizado pelo caso.