Ruas com nomes de repressores da ditadura já podem ser modificadas
Lei permite tirar nomes de militares de ruas de São Paulo. Um endereço que já tem projeto para ser modificado é o da Rua Doutor Sérgio Fleury, na Vila Leopoldina, zona oeste. Em seu lugar, entraria Frei Tito, frade católico que foi preso e torturado pelo delegado Fleury
As ruas de São Paulo que tiverem o nome de autoridades e políticos com histórico de desrespeito aos direitos humanos poderão mudar de nome. Essa é a proposta de um projeto de lei sancionado pelo prefeito paulistano Fernando Haddad (PT), na última quarta-feira (24).
Até então, uma rua só poderia ter seu nome modificado por lei, quando existisse algum endereço igual ou em casos que expusesse seus moradores ao ridículo.
A partir de agora, moradores podem fazer um abaixo-assinado e solicitar a alteração do nome de alguma via pública. Por exemplo, podem pedir a retirada do nome de uma liderança da ditadura militar (1964-1985) e sugerir a homenagem para outra figura histórica.
Uma das propostas de mudança de endereço é na Vila Leopoldina, na Rua Doutor Sérgio Fleury (delegado paulista que simboliza a repressão do regime militar). Em seu lugar, entraria o nome de Frei Tito, um frade católico que foi preso e torturado pelo delegado Fleury.
O texto sancionado é de autoria dos vereadores Orlando Silva e Jamil Murad (PCdoB). Outro projeto de lei que deve ser aprovado ainda neste semestre é o do vereador Nabil Bonduki (PT). Ele proíbe qualquer nomeação de rua com nomes de autoridades que participaram da ditadura militar.
Vivian Fernandes, RadioAgência NP