Redação Pragmatismo
Mulheres violadas 26/Ago/2019 às 21:36 COMENTÁRIOS
Mulheres violadas

Encontrada enforcada, funcionária do MEC foi vítima de crime sexual

Publicado em 26 Ago, 2019 às 21h36

Funcionária do MEC encontrada enforcada teria sido vítima de crime sexual. Assassino não tem passagens pela polícia, é casado e pai de uma menina de 16 anos. Vítima deixa marido e um filho pequeno

Letícia Sousa Curado Melo, de 26 anos, foi encontrada enforcada nesta segunda-feira (26) à beira da DF-250. A vítima, que é advogada e funcionária do Ministério da Educação (MEC), estava desaparecida desde a última sexta-feira (23).

A Polícia Civil do Distrito Federal prendeu Marinésio dos Santos Olinto. Ele confessou o crime e disse que matou a jovem porque ela “se recusou a manter relações sexuais”. O homem levou os policiais até o local onde estava o corpo e contou que enforcou Letícia.

O corpo foi encontrado por volta das 14h. Em depoimento aos policiais, Marinésio dos Santos Olinto disse que, na sexta-feira, ofereceu uma carona à vítima.

Letícia havia saído de casa – em Planaltina – e iria para o trabalho, no Ministério da Educação. Ela esperava um ônibus para a Rodoviária do Plano Piloto, quando Marinésio parou a caminhonete que dirigia.

A jovem aceitou a carona. No meio do caminho, Marinésio assediou a advogada sexualmente. Segundo a versão do homem, a vítima rejeitou os avanços e ficou assustada. Marinésio afirmou que, nesse momento, enforcou a advogada. Ele alega que não estuprou a vítima.

Câmera de segurança

A polícia chegou até Marinésio após imagens do circuito interno de segurança de uma rua na região do Arapoangas, em Planaltina, registrar o carro dele em frente à parada de ônibus onde a jovem estava. Eles conversam por dez segundos e Letícia entrou no veículo. Depois, ela não foi mais vista.

Segundo o delegado Fabrício Augusto Paiva, a principal suspeita é de que Marinésio tenha oferecido o serviço de transporte irregular para Letícia e cobrado R$ 5 pelo trajeto até a Esplanada dos Ministérios. Dentro do veículo, foram encontrados objetos pessoais dela: um celular, relógio, fichário e o carregador do aparelho.

“Antes de encontrarmos o corpo, a delegacia de Planaltina tratava esse caso como sequestro. O suspeito disse que comprou tudo por R$ 150 e apesar das imagens, nega que a jovem teria entrado no carro”, disse o delegado.

Outra vítima

Marinésio não tem passagens pela polícia, é casado, trabalha como cozinheiro em Planaltina e tem uma filha de 16 anos. Na delegacia, primeiro ele contou que foi levar a filha ao colégio por volta de 7h e, às 9h, foi pra casa da irmã, uma chácara que fica no Vale do Amanhecer, também em Planaltina. O homem não soube explicar pra polícia o que fez durante essas duas horas.

Interrogado novamente pela polícia, Marinésio confessou que foi o autor do assassinato de Leticia e ainda admitiu o homicídio de Genir Pereira de Souza, desaparecida em 12 de junho deste ano, em frente ao Condomínio Lá Font, em Planaltina.

Casada há 8 anos

Leticia era casada há oito anos e tinha um filho de três. O marido da vítima contou que a família suspeitou que algo estava estranho quando ela não apareceu para almoçar com a mãe, por volta de 12h.

“Ela saiu atrasada de casa e pediu dinheiro para pegar um transporte irregular para chegar a tempo no trabalho. Quando deu 12h, a mãe dela ficou preocupada porque ela não atendia o telefone e nem respondia às mensagens. Minha sogra foi até o prédio do Ministério da Educação e lá descobriu que ela sequer tinha ido trabalhar. Às 15h, o celular já estava desligado”, conta o educador físico Kaio Sousa.

O filho pequeno ainda não sabe da morte da mãe. Segundo Kaio, a família está devastada. “Não sei o que vou fazer. Não durmo há três dias. Ela era uma ótima mãe, uma esposa exemplar. Estamos destruídos”, disse.

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