Redação Pragmatismo
América Latina 07/Nov/2019 às 13:12 COMENTÁRIOS
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Prefeita aliada de Evo Morales é sequestrada, agredida e tem os cabelos cortados e pintados

Publicado em 07 Nov, 2019 às 13h12

Oposição vai às ruas na Bolívia e pressiona por renúncia de Evo Morales. Prefeita aliada do presidente foi humilhada, agredida e teve os cabelos cortados. Confrontos continuam e há mortes

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Após ser agredida e humilhada, prefeita é resgatada por policiais (imagem: reuters)

Extremistas da oposição boliviana sequestraram nesta quinta-feira (7) Patricia Arce, prefeita da cidade de Vinto e aliada do presidente Evo Morales. Os agressores foram às ruas pressionar pela renúncia do mandatário, que foi reeleito recentemente para o seu 4º mandato.

Patricia Arce foi humilhada e agredida publicamente e a prefeitura de Vinto incendiada. A mulher recebeu socos e chutes, teve o cabelo cortado, foi pintada de rosa e obrigada a andar descalça por vários quarteirões em meios aos gritos de “assassina! assassina!”. A prefeita foi resgatada pela polícia horas depois.

Um estudante de 20 anos morreu durante os choques entre opositores e partidários do presidente, que também deixaram 50 feridos. A vítima, Limbert Guzmán, chegou ao hospital com “traumatismo cranioencefálico grave, fratura na base de crânio e morte cerebral, e apresentou parada cardiorrespiratória”, segundo o boletim médico.

Morales lamentou a morte em uma rede social. “Expresso meu profundo pesar pelo falecimento do jovem Limbert Guzmán, vítima inocente da violência promovida por grupos políticos que estimulam o ódio racial entre irmãos bolivianos”, escreveu o presidente.

Dois homens morreram na semana passada, baleados durante um protesto em Montero, na região de Santa Cruz. As manifestações já deixaram 170 feridos no país, de acordo com a imprensa.

Também ocorreram protestos na quarta nas cidades de Santa Cruz (leste), Sucre (sudeste), Tarija (sul) e Potosí (oeste). Durante a noite, foram registrados confrontos entre a polícia e manifestantes na capital La Paz.

Em quase todas essas cidades os opositores fecharam as repartições públicas e os escritórios das empresas estatais, como a Entel (telecomunicações), a YPFB (petroleira) e a BOA (aérea).

A Agência Nacional de Hidrocarbonetos advertiu para um possível desabastecimento de gasolina caso persistam os bloqueios de estrada.

Morales liderou na quarta-feira, no Lago Titicaca, o ato de 193º aniversário da Marinha boliviana, onde declarou que os militares devem “prestar serviço ao povo boliviano”.

“As Forças Armadas sempre têm que garantir a soberania do povo boliviano, à margem do papel constitucional de garantir o território nacional”, declarou Morales, em uma aparente resposta ao opositor Luis Fernando Camacho, que no sábado pediu aos militares que fiquem do lado da oposição nessa crise política. Os militares se mantêm à margem da controvérsia eleitoral.

Camacho

O líder opositor regional boliviano Luis Fernando Camacho voltou na quarta a La Paz para desafiar o presidente Evo Morales com a entrega de uma carta de renúncia para que assine.

“Tenho a esperança de que vamos conseguir nosso objetivo”, declarou Camacho em um vídeo em uma rede social duas horas após pousar no aeroporto de El Alto, vizinho a La Paz, procedente de Santa Cruz.

Camacho, um advogado de 40 anos, se tornou o rosto mais visível da oposição depois das eleições, embora não tenha sido candidato à presidência, ofuscando o ex-presidente centrista Carlos Mesa (2003-2005), segundo na votação.

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