Redação Pragmatismo
Mulheres violadas 10/Nov/2019 às 10:20 COMENTÁRIOS
Mulheres violadas

Mulher assassinada pelo companheiro era obrigada a comer fezes

Publicado em 10 Nov, 2019 às 10h20

Vítima de feminicídio era obrigada a comer fezes e assistir vídeos do companheiro, que é soropositivo, mantendo relações com outras mulheres. Ela também foi forçada a tatuar uma declaração de amor para o homem

Franciane feminicídio
Franciane

Gutemberg Xavier Alves, 42, é o nome do homem que esquartejou a própria companheira e a enterrou no quintal de casa em Miracema (RJ). A vítima, Franciane Moizes Pedro, de 27 anos, chegou a ter que comer fezes quando era ameaçada e intimidada por ele.

Franciane também era obrigada a ver o homem, que é portador do vírus HIV, fazendo sexo com outras mulheres. Há um mandado de prisão preventiva contra Gutemberg, mas ele permanece foragido.

Gésner Bruno, delegado responsável pelo caso, relatou que o agressor chegou a obrigar a mulher a fazer uma tatuagem com a frase: “Gutemberg, eu te amo!”.

Os restos mortais de Franciane foram encontrados na cidade de Palma (MG), que faz limite com Miracema (RJ). A polícia não conseguiu descobrir a causa exata da morte porque o corpo da mulher estava carbonizado e esquartejado. Franciane ficou desaparecida durante mais de 40 dias até a descoberta do feminicídio.

Corpo desenterrado

Antes de a polícia elucidar o crime, Gutemberg desconfiou que os investigadores já reuniam provas para incriminá-lo. Ele foi ouvido pela polícia e teve o carro periciado. Depois disso, decidiu desenterrar a vítima e sumir com os restos mortais.

O assassino pediu ajuda de um jovem com transtornos mentais para sumir com as partes do corpo. Ele disse ao rapaz que se tratava de um cachorro morto. Imagens de câmeras de segurança mostraram Gutemberg e o jovem saindo de casa com sacolas onde estavam partes do corpo da vítima.

De acordo com a polícia, o corpo de Franciane foi desenterrado de área cimentada no quintal de casa, cortado em partes e distribuído em cinco sacolas para ser escondido na zona rural de Palma (MG).

Desde o dia 29 de outubro há uma ordem de prisão temporária contra Gutemberg, decretada pelo juiz Rodrigo Rocha de Jesus. A polícia pede para que a população denuncie caso saiba o paradeiro do homem pelo número (22) 3852-1977.

Gutemberg

Feminicídio no Brasil

No Brasil, 13 mulheres são mortas por dia. No total, 4,8 em cada 100 mil mulheres morrem por violência doméstica – essa taxa coloca o Brasil em quinto lugar no ranking de violência doméstica criado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

A cada 1 hora e meia, uma mulher morre no Brasil por causas violentas – e, nesse cenário, o marido ou namorado é responsável por mais de 80% dos casos. Os dados são de pesquisas do Ipea, Mapa da Violência e do SESC.

A denúncia de violência doméstica pode ser feita em qualquer delegacia, com o registro de um boletim de ocorrência, ou pela Central de Atendimento à Mulher (Ligue 180), serviço da Secretaria de Políticas para as Mulheres. Vale lembrar: a denúncia é anônima e gratuita, disponível 24 horas, em todo o país.

Para proteger e ajudar as mulheres a entenderem quais são seus direitos, em 2014, a Secretaria lançou um aplicativo para celular (Clique 180) que traz diversas informações importantes, como os tópicos da Lei Maria da Penha.

O Código Penal estipula a pena de reclusão de 12 a 30 anos para o homicídio contra a mulher por razões da condição de sexo feminino (feminicídio).

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