Para Eduardo Bolsonaro, Oscar é "de esquerda" por indicar Democracia em Vertigem
Eduardo Bolsonaro protesta contra indicação ao Oscar do filme 'Democracia em Vertigem'. Na mesma linha conspiratória e mirabolante, colunista atribui indicação à "parceria entre o PT e a Netflix"
Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro, acusou o Oscar de ser de esquerda após a indicação do filme “Democracia em Vertigem” para a disputa na categoria de melhor documentário do ano.
“Onde chega, a esquerda visa dominar a educação e a cultura principalmente. Essas indicações ao Oscar 2020 não são à toa e não se engane; se fosse um documentário mostrando a maior manifestação de rua da história do Brasil (contra o PT do lulopetismo), jamais seria indicado”, esbravejou o deputado federal.
O parlamentar ainda compartilhou um texto do olavista Leandro Ruschel, que igualmente disparou inúmeras críticas ao Oscar pela indicação do filme da brasileira Petra Costa.
“Um documentário sobre o impeachment da anta [Dilma] que não apresenta essa imagem é simplesmente uma fraude”, escreveu, em referência ao protesto na Avenida Paulista em março de 2016 a favor do golpe contra Dilma Rousseff.
Nesta terça-feira (14), o presidente Jair Bolsonaro também disparou contra a indicação de ‘Democracia em Vertigem’ ao Oscar 2020.
Em entrevista na saída do Palácio da Alvorada, Bolsonaro foi perguntado se tinha algum comentário sobre a indicação do filme ao prêmio mais famoso da indústria cinematográfica.
“Ficção. Para quem gosta de, para quem gosta do que urubu come, é um bom filme”, respondeu Bolsonaro, aparentemente irritado. Questionado se tinha assistido o documentário, o presidente respondeu: “Eu vou perder tempo com uma porcaria dessa?”
“Parceria PT-Netflix”
Indignado com a indicação do filme, o jovem Pedro Menezes (colunista do InfoMoney) escreveu: “Democracia em Vertigem é um filme petista. Sem exagero. O filme é parceria do PT com Netflix. Inclusive por ter como grande trunfo imagens exclusivas de Lula e Dilma nos momentos decisivos, além de filmagens e fotos exclusivas do Ricardo Stuckert. Um não-companheiro jamais teria esse acesso”.
Questionado por uma usuária do Twitter se a Netflix, então, seria petista, Menezes respondeu: “Eu não escrevi isso. Escrevi que a Netflix fez uma parceria com o PT. Parceria pontual de negócios, pensando no lucro”.