Redação Pragmatismo
Cultura 17/Jan/2020 às 18:22 COMENTÁRIOS
Cultura

Regina Duarte é convidada para substituir Roberto Alvim

Publicado em 17 Jan, 2020 às 18h22

Jair Bolsonaro convida Regina Duarte para substituir Roberto Alvim na Secretaria de Cultura. Atriz deve se manifestar nas próximas horas

Bolsonaro e Regina Duarte
Bolsonaro e Regina Duarte

Após a demissão do teatrólogo Roberto Alvim, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) definiu a atriz Regina Duarte como seu principal alvo para assumir a Secretaria Nacional de Cultura.

De acordo com a colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, o convite já foi feito e Regina deve dar a resposta até o próximo sábado (18). A atriz já foi convidada anteriormente por Bolsonaro para o posto, mas recusou. Entretanto, desta vez o assédio a ela aumentou.

Regina, conhecida por suas posições de direita, vem sendo cortejada por membros do entorno de Bolsonaro desde o anúncio da saída de Roberto Alvim.

A atriz disse a interlocutores que ficou animada, mas ainda está em dúvida sobre assumir o cargo. O nome dela também foi levado por um parlamentar próximo ao presidente ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).

Demissão de Roberto Alvim

Roberto Alvim foi demitido após fazer um discurso no qual usou frases praticamente idênticas às usadas por Joseph Goebbels, ministro da Propaganda de Adolf Hitler durante o governo nazista. Goebbels era antissemita radical e foi um dos idealizadores do nazismo.

A princípio, Bolsonaro tinha a intenção de manter Alvim no cargo. No entanto, as pressões para a demissão do teatrólogo partiram de todos os lados e, segundo o presidente, a permanência de Alvim no governo ficou “insustentável”.

Curiosamente, horas antes de ser demitido, Alvim foi um dos convidados da live semanal no Facebook de Jair Bolsonaro. Na transmissão, Bolsonaro disse: “Ao meu lado aqui o Roberto Alvim, o nosso secretário de Cultura. Depois de décadas, agora temos sim um secretário de cultura de verdade, que atende o interesse da maioria da população brasileira, uma população conservadora e cristã.”

Compare os discursos

Roberto Alvim:
“A arte brasileira da próxima década será heroica e será nacional, será dotada de grande capacidade de envolvimento emocional, e será igualmente imperativa, posto que profundamente vinculada às aspirações urgentes do nosso povo – ou então não será nada”

Joseph Goebbels:
“A arte alemã da próxima década será heroica, será ferreamente romântica, será objetiva e livre de sentimentalismo, será nacional com grande páthos e igualmente imperativa e vinculante, ou então não será nada”

No discurso de Goebbels, feito para diretores de teatro, ele buscava dar uma orientação estética aos artistas. Ele reconhecia que o expressionismo, escola artística que ganhou força na Alemanha no fim do século XIX, tinha tido algumas ideias básicas “positivas”, mas se degradara no experimentalismo.

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