Redação Pragmatismo
Notícias 21/Fev/2020 às 13:59 COMENTÁRIOS
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Mulher que criticou motim de PMs encapuzados tem carro incendiado no Ceará

Publicado em 21 Fev, 2020 às 13h59

Policiais colocam fogo no carro de mulher que criticou a greve ilegal de PMs encapuzados no Ceará. Tropas do Exército e Força Nacional já estão nas ruas

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Policial Militar ateou fogo em carro de mulher que criticou os movimentos de paralisação dos PMs

Um policial militar foi preso em flagrante por incendiar um carro na cidade do Crato, no Cariri, na madrugada desta quinta-feira (20).

De acordo com a dona do veículo, a ação ocorreu após ela fazer críticas em redes sociais à paralisação de grupos de policiais do Estado. O policial recebeu liberdade provisória após audiência de custódia e responderá em liberdade.

Um outro policial participou da ação e foi identificado, mas ainda não foi detido.

Segundo a Secretaria da Segurança Pública, o PM foi detido por policiais civis da Delegacia Regional do Crato. Ele foi preso em casa, após ter sido identificado por imagens de uma câmera de segurança. O carro foi incendiado.

Motim é “ilegal” e “inadmissível”

Os ministros Alexandre de Moraes e Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), criticaram o motim de PMs encapuzados no Ceará.

Antes de entrar para a sessão do plenário do STF, Moraes classificou o motim de “ilegal” e inadmissível”. Para Lewandowski, trata-se de “um perigo para as instituições”.

Moraes, que foi secretário de segurança pública de São Paulo e ministro da Justiça no governo do ex-presidente Michel Temer, afirmou que a Constituição veda a greve de forças de segurança e defendeu punição para os policiais que aderiram ao movimento no Ceará.

Perguntado sobre a situação do senador licenciado Cid Gomes (PDT-CE), baleado quando tentava entrar com uma retroescavadeira em um batalhão da Polícia Militar na cidade de Sobral, ele afirmou que os policiais não deveriam ter atirado porque a situação poderia ter terminado em um “morticínio gigantesco”.

“O que vem acontecendo no Ceará é inadmissível. Crime de dano ao patrimônio público, destruindo viaturas, tiros”, declarou Alexandre de Moraes.

Ele disse que não pretendia entrar “no mérito” dos fatos porque não estava lá. “Mas como se pode disparar tiros a esmo?”, questionou, antes da sessão desta quinta do STF.

O ministro Ricardo Lewandowski também comentou a questão e disse que o movimento dos policiais militares “é um perigo para as instituições”.

“Como ministro do Supremo Tribunal Federal, acho que é extremamente preocupante uma greve de policiais militares ou qualquer corporação armada. É constitucionalmente vedado que corporações armadas façam greve”, declarou.

Exército

Tropas do Exército Brasileiro começam a patrulhar as ruas de Fortaleza e Região Metropolitana da capital cearense nesta sexta-feira (21), 4º dia de motim de policiais militares.

A medida é um pedido do governador Camilo Santana (PT). O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) autorizou o emprego dos militares por meio de um decreto de Garantia de Lei e da Ordem publicado na quinta-feira.

O Ceará também recebeu apoio da Força Nacional — unidade comandada pelo Ministério da Justiça e formada por policiais de outros estados.

Sem acordo

A proposta do governo do Ceará é aumentar o salário de um soldado da PM dos atuais R$ 3,2 mil para R$ 4,5 mil, em aumentos progressivos até 2022. O grupo de policiais que realiza as manifestações reivindica que o aumento para R$ 4,5 mil seja implementado já neste ano.

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