Redação Pragmatismo
Direita 21/Fev/2020 às 18:22 COMENTÁRIOS
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Ele é racista, misógino, louco por armas e assassino, mas não votou em Bolsonaro

Publicado em 21 Fev, 2020 às 18h22

Ele é racista, de extrema-direita, misógino, paranoico, louco por armas, com graves problemas sexuais e matou a própria mãe, mas não votou em Jair Bolsonaro

Tobias Rathjen
O extremista de direita Tobias Rathjen promoveu banho de sangue na Alemanha

Antonio Mello, em seu blog

Tobias Rathjen é o nome do assassino que atirou em frequentadores de dois bares na cidade de Hanau, na Alemanha. Ao menos nove pessoas morreram no ataque. Em seguida, Tobias matou a mãe e se suicidou.

O perfil de Tobias é semelhante ao dos chamados ‘eleitores-raiz’ de Jair Bolsonaro: extrema direita, racista, xenófobo, com graves problemas sexuais e adepto de teorias conspiratórias.

Tobias só não votou no “Mito”, como provoquei no título, porque não mora no Brasil. Mas o mesmo caldo que alimentou Tobias na Alemanha está fervendo por aqui.

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A seguir, leia trechos da reportagem da BBC sobre o mais recente massacre na Alemanha:

O indivíduo que espalhou pânico na noite de quarta-feira em dois bares na cidade de Hanau, no centro da Alemanha, foi identificado pela imprensa local como Tobias Rathjen, apontado como autor dos tiroteios que deixaram 9 mortos.

Ele foi encontrado sem vida em uma casa junto ao cadáver de sua mãe, de 72 anos, segundo informou a polícia.

Por volta das 22h do horário local (18h no horário de Brasília), Rathjen abriu fogo contra uma multidão de pessoas que se encontravam no Midnight, um bar para fumar narguile no centro de Hanau.

De acordo com o tablóide local ‘Bild’, Tobias Rathjen é um homem de 43 anos, de nacionalidade alemã, ultradireitista e com licença para armas de caça.

Rathjen também haveria deixado um manifesto de 24 páginas e publicado um vídeo no YouTube antes do ataque. “Nem todos os que têm um passaporte alemão são valiosos e de raça pura”, lê-se no documento escrito pelo atirador e compartilhado pelo Centro Internacional para o Estudo da Radicalização do King’s College, de Londres.

Segundo Peter Neumann, especialista em terrorismo e professor da universidade britânica, o manifesto está escrito em perfeito alemão, sem erros ortográficos nem gramaticais, e o atirador enfatiza que tem curso superior.

“Ódio aos estrangeiros e aos povos não brancos. Embora ele não mencione o islã, há um chamado para extermínio de vários países do norte da África, Oriente Médio e Ásia Central (que tem uma população majoritariamente muçulmana)”, tuitou Neumann.

De acordo com o professor, o atirador “justifica seu chamado a matar os povos de países inteiros em termos explicitamente eugenistas, dizendo que a Ciência mostra que certas raças são superiores”.

Em seu manifesto, Rathjen também salienta “a necessidade de destruir certas pessoas cuja expulsão da Alemanha não é mais possível”.

Ele se descreve como um suposto incel (homens que não conseguem ter relações sexuais e amorosas e culpam as mulheres e os homens sexualmente ativos por isso) e afirma nunca ter tido relação com uma mulher — durante os últimos 18 anos, segundo ele, por escolha própria.

Para o professor Neumann, “a chave para compreender seu estado mental pode estar no fato de ele afirmar haver estado sob vigilância de serviços de inteligência durante toda sua vida. Disse que várias figuras proeminentes, como o presidente Trump e o técnico do Liverpool, Jürgen Klopp, roubaram suas ideias”.

Na sexta-feira passada, a Alemanha prendeu 12 membros de um grupo de extrema direita que planejava atacar mesquitas e outros locais associados a refugiados e migrantes.

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