Bolsonaro foge de perguntas e usa humorista para distribuir bananas a jornalistas
Humorista contratado pelo TV Record é usado por Bolsonaro para distribuir bananas a jornalistas. Enquanto isso, presidente fugiu de perguntas e não falou com a imprensa
O presidente da República, Jair Bolsonaro, apareceu, na manhã desta quarta-feira (4), ao lado de um humonista fantasiado como ele e que entregava bananas para os jornalistas que cobrem diariamente o Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência. Márvio Lúcio dos Santos Lourenço ficou conhecido como Carioca no programa Pânico.
No Alvorada, Carioca saiu de dentro do mesmo carro em que estava o chefe da Secom, Fabio Wajngarten. O sósia chama os apoiadores para tirar fotos. Ele pega uma caixa com bananas e começa a oferecer aos jornalistas que diariamente acompanham a saída de Bolsonaro do Palácio da Alvorada.
Em seguida, o ator, que carrega a faixa presidencial, se coloca à disposição da imprensa. “Foi o presidente Jair Bolsonaro que pediu para distribuir banana?”, questiona um jornalista. “Não vem com esse papo não, foi ideia minha, isso aqui se chama humorista”, responde o ator.
Enquanto isso, o presidente fugiu de todas as perguntas feitas por jornalistas e ignorou a imprensa.
Na última semana, Carioca foi anunciado como uma das novas contratações da TV Record. O humorista e um cinegrafista da emissora permaneceram dentro do cercado de autorização restrita da Presidência da República.
Márvio Lúcio é um dos defensores do governo. No último mês, ele saiu em defesa nas redes sociais da atriz Regina Duarte. Coincidentemente, o insulto dele aos jornalistas ocorre no mesmo dia em que ela assume a chefia da Secretaria Especial da Cultura.
Na época, Carioca afirmou que Regina poderia contar com ele e que não era para ela se abalar com as críticas. “O que estão fazendo com você (Regina) é digno de pena. Fascistas e preconceituosos são os outros, não é mesmo?”, escreveu.
Proteção de jornalistas
No dia anterior, o governo reeditou e publicou uma cartilha de 2018 sobre a proteção de jornalistas e outros comunicadores.
O documento traz as obrigações governamentais acerca da prevenção, proteção e acesso à justiça em casos de violência cometida contra esses profissionais em razão do exercício do seu direito à liberdade de pensamento e expressão.
Entre as obrigações do governo, estão fazer discursos públicos que contribuam para prevenir a violência contra jornalistas e comunicadores e campanhas e capacitações de agentes do Estado sobre o papel desses profissionais em sociedades democráticas, diz o documento.
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