Passageira de navio britânico se emociona: "Obrigada, Cuba, por abrir seu coração a nós"
Britânica foi às redes sociais para agradecer ao governo de Cuba por aceitar receber o cruzeiro MS Braemar, que transportava ao menos cinco pessoas infectadas com o novo coronavirus e não recebia autorização de outros países para atracar
A britânica Anthea Guthrie, 68 anos, foi às redes sociais para agradecer ao governo de Cuba por aceitar receber o navio MS Braemar, que transportava ao menos cinco pessoas infectadas com o novo coronavirus e não recebia autorização de outros países para atracar.⠀
Relembre: Cuba recebe navio britânico com infectados pelo coronavírus que não tinha onde atracar
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A passageira escreveu em seu perfil no Facebook: “Poderiam todos os meus amigos levantar um copo por Cuba e lembrar que, quando ninguém mais nos deixou desembarcar, Cuba deu um passo à frente?”.⠀
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Nos comentários, Anthea prosseguiu: “sinceramente estou inundada de lágrimas por sua bondade. Fizeram-nos sentir que não somente somos tolerados, mas bem vindos. Obrigado a Cuba por nos ter aberto o coração“.⠀
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O jornalista Yisell Rodríguez Milán recupera a história de solidariedade de Cuba:⠀
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“Cuba emitiu uma declaração oficial que devolveu a paz aos 682 passageiros e 381 tripulantes, e suas famílias, amigos e conhecidos, a seu governo, e a toda pessoa de boa alma no mundo que possa imaginar a incerteza das milhares de pessoas que se sentiram abandonadas no meio do oceano, sem possibilidades reais de resgate, em pleno século XXI“.
Solidariedade
Nesta quinta-feira (19) o governo cubano confirmou que há sete casos de coronavírus no país, todos em pessoas que foram ao exterior ou tiveram contato com viajantes.
Com controle rígido de entrada e saída e ações de vigilância extensas e consolidadas, as autoridades de saúde têm colocado em isolamento todas as suspeitas.
Em paralelo a isso, o país implementa ações de solidariedade a outras nações no combate à doença. No caos do acolhimento do navio britânico, governos do Reino Unido e da Irlanda do Norte tentavam acordos humanitários para que os doentes desembarcassem e fossem repatriados aos seus países de origem de avião.
Cuba foi a única nação do mundo que aceitou o pedido e adotou de imediato as medidas sanitárias para atendimento de quem estava a bordo.
As ações do solidariedade são tratadas pelo governo cubano como um princípio central. Em conversa com o Brasil de Fato, o cônsul do país no Brasil, embaixador Pedro Monzón, afirmou que não só no caso do coronavírus, mas em todas as situações extremas como terremotos, tempestades e grande tragédias físicas, Cuba considera que a medicina não é um fenômeno mercantil.
“O enfermo não é uma mercadoria. A saúde pública é um direito humano, não pode ser um fenômeno de mercado. É uma questão de princípios, seres humanos são seres humanos e tem direitos. Isso independe da política. São humanos. É um princípio fundamento da revolução. Não desprezamos o mercado, sabemos que o mercado tem que existir, mas a política não pode se mover em função do mercado”, afirma.
Em 15 de março, uma delegação técnica especializada cubana chegou à Venezuela para apoiar a estratégia de contenção do covid-19. Há médicos cubanos trabalhando em nações do mundo todo, inclusive na China. São profissionais com expertise em missões que já estiveram presentes em mais de 160 países. Em 56 anos, Cuba já mandou mais de 400 mil agentes de saúde para países estrangeiros.
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