Coronavírus: hospital que examinou Bolsonaro esconde dois nomes em lista de infectados
Hospital que atendeu o presidente omite dois nomes em lista de contaminados por coronavírus. Presidente tem se recusado a apresentar exames. Funcionários do Planalto admitem que nomes sonegados podem ser os de Bolsonaro e de Michelle. Na calada da noite, governo restringe acesso a dados públicos por meio da Lei de Acesso à Informação
De acordo com o jornal Correio Braziliense, integrantes do Palácio do Planalto admitem que os dois nomes dos paciente com testes positivos para o novo coronavírus sonegados à Justiça pelo Hospital das Forças Armadas (HFA) podem ser os do presidente Jair Bolsonaro e da primeira-dama, Michelle.
A informação de que o hospital escondeu dois nomes de pessoas infectadas foi revelada pela Folha de S.Paulo nesta terça-feira (24).
De acordo com servidores do governo, a lista do HFA virou tabu dentro do Planalto. A ordem é não passar qualquer informação sobre os exames do presidente e da mulher dele “por questão de segurança nacional”. Mas o incômodo é grande, uma vez que o Palácio se tornou uma das principais fontes de contaminação pelo coronavírus em Brasília.
O último a ser contaminado foi um dos motoristas que atendem o presidente da República. Ele deu entrada em um hospital de Brasília alegando estar com problemas respiratórios, sintomas característicos da Covid-19.
O HFA sonegou os dois nomes à Secretaria de Saúde do Distrito Federal, apesar de a Justiça ter determinado o repasse de todos os registros de pessoas que foram testados positivamente para o coronovírus. Apenas na comitiva de Bolsonaro, 23 pessoas estão infectadas.
A sonegação dos dois nomes foi ressaltada em ofício encaminhado à Justiça pelo comandante logístico do Hospital das Forças Armadas, general Rui Yutaka Matsuda.
“Deixo de informar à V Exa. (juíza Raquel Soares Chiarelli), neste documento, os nomes dos pacientes com sorologia positiva para a Covid-19, a fim de evitar a exposição dos pacientes e em virtude do direito constitucional de proteção à intimidade, vida privada, honra e imagem do cidadão”, escreveu Matsusa.
Curiosamente, diante da insistência dos jornalistas em ter acesso aos resultados dos exames de Bolsonaro, o governo restringiu o acesso a dados públicos por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI). A Medida Provisória tratando do tema foi editada na calada da noite.
A decisão de Bolsonaro de não dar transparência a seus exames para a Covid-19 foi fechada com os filhos. O deputado Eduardo Bolsonaro é o defensor mais enfático para que o governo esconda as informações.